"No seguimento do crescimento negativo do PIB de 2016 até 2018, esperamos que as exportações de petróleo, em queda, mantenham a economia angolana em recessão no resto deste ano e em 2020", lê-se numa nota enviada aos clientes, e a que a Lusa teve acesso.
Na análise à economia nacional, a consultora, detida pelo mesmo grupo que é dono também da agência de rating Fitch, argumenta que "uma tendência descendente nas exportações de petróleo vai aumentar os constrangimentos na geração de receitas fiscais, mantendo a formação de capital limitada nos próximos anos".
Além disto, acrescentam, os ventos contrários ao consumo privado vão continuar em 2020, incluindo a inflação e desemprego elevados, o que leva a Fitch Solutions a rever a previsão de crescimento económico de 0,3 por cento este ano para 0,4 por cento, e de 1,5 por cento em 2020 para -0,2 por cento.
A previsão desta consultora, divulgada no mesmo dia em que o Presidente João Lourenço assinala dois anos à frente do país, está baseada na evolução do preço do petróleo, que antecipam ser de 61,3 dólares por barril, em média, entre 2019 e 2021.
"A receita proveniente do petróleo representa mais de 90 por cento das exportações anuais, mas a produção tem caído de uma média de 1,81 milhões de barris por dia em 2015 para 1,51 milhões em 2018 num contexto em que os poços se aproximam da maturidade e há uma falta de novos projetos para impulsionar a produção, o que, juntamente com a queda dos preços internacionais, empurrou Angola para uma recessão em 2016", escrevem os analistas.