"A perceção externa entre os analistas e os líderes internacionais é principalmente positiva, o que não é uma surpresa dada a agenda reformista de João Lourenço, que foi bem recebida, e as pessoas estão impressionadas com o ritmo das reformas e a rapidez com que a família Santos foi politicamente neutralizada", disse Darias Jonker em declarações à Lusa.
"A percepção de que 'Angola está aberta para os negócios' foi uma mensagem bem recebida pelos investidores internacionais", vincou, salientando, contundo, que "os investidores internacionais continuam preocupados com o ritmo lento da recuperação económica e os atuais desafios no ambiente empresarial no país".
Entre os principais aspectos positivos da governação de João Lourenço, que esta semana assinala dois anos à frente dos destinos de Angola, Darias Jonker destaca "a nova lei de investimento, que dá mais clareza aos investidores internacionais, as reformas no sector petrolífero, que deram origem á separação da Sonangol e à criação da agência do petróleo e gás", que actua como regulador do sector.
Os investidores internacionais, conclui, mostram-se preocupados com o facto de Angola "ser incapaz de diversificar a economia suficiente para deixar de ser tão dependente do petróleo, com a queda na produção nos últimos anos e com o rácio elevado de dívida face ao PIB, que torna os investidores mais cautelosos relativamente a futuras decisões de investimento".
Questionado pela Lusa sobre quais os aspectos que mais poderiam mudar o futuro de Angola a curto prazo, Darias Jonker elencou "a rapidez na diversificação da economia, uma descida na dívida pública e um foco na melhoria da mão de obra qualificada no sector público e privado".