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Economia

EXX Africa: privatizações são fundamentais para a confiança dos investidores

O director da consultora EXX Africa considerou à Lusa que o programa de privatizações em Angola será fundamental para o ambiente empresarial no país, destacando ainda a importância de reduzir a dívida e cumprir o programa do FMI.

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"As leis da transparência aprovadas em 2018 e 2019 foram importantes para a percepção dos investidores, mas é o programa de privatizações em curso e a reestruturação do sector petrolífero que vão ter o maior impacto no ambiente económico de Angola", argumentou Robert Besseling, em declarações à Lusa a propósito dos dois anos de mandato de João Lourenço, que se assinalam esta Quinta-feira.

"O Governo assumiu uma agenda mediática no combate à corrupção e na melhoria da transparência que agradou aos investidores ocidentais", lembrou, acrescentando que "cimentou esta posição com o programa do Fundo Monetário Internacional (FMI), que garantiu uma âncora política e aumentou a confiança dos investidores em Angola".

Para Robert Besseling, a recessão económica que o país enfrenta pelo quarto ano consecutivo "acontece principalmente por causa da queda das reservas petrolíferas e pela falta de investimento em novos poços", e é também por isso que o programa de financiamento do FMI e o programa das privatizações "estão a tentar diversificar a economia, o que deve fomentar o crescimento económico daqui a dois ou três anos".

Questionado sobre os aspectos mais importantes para mudar a economia, o analista elencou o cumprimento do programa do FMI, a implementação das privatizações em todos os sectores, incluindo a Sonangol, e a redução da dívida pública "para níveis mais sustentáveis nos próximos dois ou três anos".

Entre as empresas que estão na lista de activos públicos que o Governo de João Lourenço pretende privatizar estão a Sonangol, a Endiama, a TAAG e os bancos BCI, BAI, BCGA, e Banco Económico, além da seguradora ENSA, apontou o analista.

"O programa de privatizações está no centro dos esforços para reduzir a dívida pública para níveis abaixo dos 80 por cento [em junho, o FMI estimava que o rácio face ao PIB estivesse nos 91 por cento] nos próximos dois anos", concluiu o analista.

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