A informação foi avançada à agência Lusa pela chefe das Relações Externas do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Juliana Gahazi, salientando que as razões não foram especificadas.
“Eles pediram uns dias a mais e, sendo um pedido do Governo, foi aceite e estamos a comunicar aos refugiados, aos parceiros, o adiamento para a semana que vem, mas está tudo preparado, as condições do nosso lado foram preparadas com os parceiros cá e do lado da RDCongo, mas realmente foi um pedido do Governo e a gente teve que acatar”, referiu.
Segundo Juliana Gahazi, o número exato de refugiados abrangidos por este processo ainda não está confirmado, mas estima-se uma média de 8000 refugiados concentrados no assentamento do Lóvua, na província da Lunda Norte.
“Nem todos eles, a gente estima que 50 por cento queira voltar e a outra metade permaneça aqui em Angola, para esses nós temos a informação que vão ter apoio do ACNUR e dos parceiros”, referiu.
A decisão para o início do repatriamento organizado destes refugiados foi tomada em Luanda, em finais de Agosto, numa reunião tripartida entre os Governos de Angola, da RDCongo e o ACNUR, que visou analisar a forma organizada para o regresso deste grupo, instalado na província angolana da Lunda Norte desde 2017.
Nesse encontro, o Governo da RDCongo ficou com a responsabilidade de elaborar um Plano de Acção para a recepção e reintegração social dos refugiados, em parceria com o ACNUR, enquanto o Governo e a organização das Nações Unidas se comprometeram a emitir documentos de identificação, com vista a garantir o controlo dos refugiados.
O regresso organizado destes refugiados acontece depois de um outro grupo, do total de mais de 30.000 refugiados, que em 2017, encontrou segurança em território angolano, na sequência de conflitos políticos e armados na sua zona de origem, ter decidido abandonar por sua conta e risco o assentamento do Lóvua, na província angolana da Lunda Norte, movidos pelo início das aulas, este mês, na RDCongo.