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Câmara de Comércio Angola-Brasil promove regresso de empresas brasileiras

A Câmara de Comércio Angola-Brasil está a promover o regresso ao país de empresas brasileiras que deixaram o território nacional, por conta da crise económica e financeira anunciada em 2014, disse a responsável da organização.

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A informação foi divulgada pela presidente da Câmara de Comércio Angola-Brasil, Camila Silveira, em conferência de imprensa que serviu para a divulgação de políticas de empreendedorismo e a parceria entre a embaixada brasileira em Luanda e empresários nacionais.

Camila Silveira referiu que está já previsto em parceria com a embaixada do Brasil em Angola a realização de um evento, no próximo mês de Outubro, em Luanda, voltado essencialmente para empresas produtoras de carne e aves.

Segundo a responsável, que é igualmente directora da empresa Terra Brasil, algumas firmas saíram de Angola no pico da crise económica e financeira, mas estão a manifestar o interesse de regressar ao país africano.

A empresária referiu que uma das exigências é a contratação de um número mínimo de mão-de-obra angolana.

"Para manter a cultura e preservar a economia, o emprego e a qualificação da empresa dentro do mercado angolano, o que é necessário", frisou.

Camila Silveira recordou que o mercado angolano apresentou muitas dificuldades durante um tempo, aventando que "por falta de uma estrutura, de um apoio [e] algumas empresas se afastaram, deixaram de fazer vínculos comerciais", mas, acrescentou: "Acredito que nesse momento temos reconstruido e encontrado soluções".

"São mais empresas desse ramo, que já tinham um histórico com Angola", como a JBS, uma das maiores mundiais em fornecimento de carnes, indicou a presidente da Câmara de Comércio Angola-Brasil, realçando que o objectivo principal é que as empresas se restabeleçam dentro de Angola, garantindo um fornecimento contínuo de produtos.

Aos empresários brasileiros, prosseguiu a empresária, à frente da Câmara de Comércio Angola-Brasil desde Janeiro deste ano, tem transmitido a mensagem que "Angola é um terreno fértil, sempre foi um pólo económico importante para o Brasil, sempre gerou muitos recursos".

"E acredito que essa aliança entre Angola e o Brasil não deve ser interrompida, o empresário que interromper isso é porque não está a ter olhos para as oportunidades", sublinhou.

Além dessas empresas que já tinham presença em Angola, a Câmara de Comércio Angola-Brasil tem promovido igualmente novos investimentos, nomeadamente do sector bancário.

Para o próximo mês, está prevista a abertura de um banco brasileiro, cujo nome não foi revelado, mas cuja operação já começou.

Questionada quais são as áreas de maior interesse de investimento pelo empresariado brasileiro, Camila Silveira citou o ramo alimentar, nomeadamente nos domínios da carne e aves, bem como a indústria para água.

No que se refere ao apoio aos empreendedores angolanos, este cinge-se a acções de formação, tendo já atingido perto de 5000 pessoas, maioritariamente no ramo alimentar, com destaque para as padarias, estando prevista a abertura de mais de 100 cursos, que se encontram já disponíveis na plataforma da Câmara de Comércio Angola-Brasil.

A responsável referiu que uma das principais dificuldades apresentadas pelos empreendedores nacionais prende-se com a actual conjuntura económica do país.

"Todos eles falam a mesma frase: com essa crise como fazer? Eu explico que as maiores empresas iniciaram nas crises, mostro esses históricos, a crise é o cenário de maior oportunidade", frisou Camila Silveira, notando que o maior problema está no "direccionamento, gestão e formação".

De acordo com a presidente da Câmara de Comércio Angola-Brasil, a partir da próxima semana serão disponibilizados pacotes de capacitação semanais, bem como será realizado o cadastramento de um grupo selectivo de pessoas que queiram desenvolver o empreendedorismo.

"Elas vão poder aderir a esses pacotes e ter um acompanhamento pessoal meu, receber uma vez por semana uma consultoria em todos os sectores, desde media, exploração de como continuar negócio, gestão de funcionários, ideias de desenvolvimento, inovação, direccionamento", referiu.

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