Os três contratos foram assinados pelo Instituto Nacional dos Caminhos de Ferro de Angola (INCFA) e Caminhos de Ferro de Luanda (CFL) e as partes envolvidas, Alemanha e China, que vendem as locomotivas por 170 milhões de dólares, e Espanha, que vai financiar a construção da oficina em 110 milhões de dólares, cuja primeira pedra foi esta Segunda-feira depositada simbolicamente em Catete, município de Icolo e Bengo, na província de Luanda.
Na cerimónia, que contou com a presença do ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu e do embaixador de Espanha em Angola, Manuel Ruigómez, avançou que as oficinas serão apetrechadas com material tecnológico de ponta e que vão permitir a criação de mais de 100 postos de trabalho directos e indirectos e vão beneficiar sobretudo a rede da CFL.
Por outro lado, o contrato para a aquisição das 10 novas locomotivas à Alemanha e à China foi assinado pelo INCFA e pelo consórcio de empresas Andrade Gutierrez e Zagope Angola.
Além da aquisição, o acordo prevê também a prestação de assistência técnica por dois anos, designadamente na manutenção do material, formação de maquinistas e de pessoal das operações de manutenção dos equipamentos das oficinas, bem como a respectiva organização do parque. Não foi adiantado o calendário de chegada das locomotivas.
As novas locomotivas, que vão juntar-se às 102 actualmente existentes, vão circular no troço Bungo/Baia do Caminho-de-Ferro de Luanda e têm, em conjunto, capacidade para transportar 7000 passageiros.
O Governo adquiriu, desde 2007, 102 novas locomotivas, tendo 23 sido compradas à China, e 79, de um total de 100, à norte-americana General Eletric, que terá ainda de entregar 21.
Ao discursar na cerimónia, o director do consórcio entre a Andrade Gutierrez e a Zagope Angola, Júlio Oliveira, disse tratarem-se de locomotivas modernas e direccionadas, com quatro carruagens, duas delas automotoras e as restantes transportadoras, com uma velocidade máxima de 100 quilómetros por hora.
Por seu turno, o administrador do Caminho-de-Ferro de Luanda, Abel Lopes, avançou que a futura aquisição vai promover melhorias no serviço ferroviário e a resolução de problemas que enfrenta o sector.
Angola conta com uma rede ferroviária de quase 2.00 quilómetros, que está a ser reabilitada em todo o país. A rede é definida por três linhas estruturais: a linha do Caminho-de-Ferro de Benguela (entre o Lobito e o Luau, numa extensão total de 1340 quilómetros), linha do Caminho-de-Ferro de Luanda (entre Baia e Malanje, 445 quilómetros), e a Linha do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes (entre Namibe e Menongue, 860 quilómetros).