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Fundo Soberano quer dinamizar a agricultura e investe em sete fazendas de larga escala

O Fundo Soberano de Angola (FSDEA), que conta actualmente com uma carteira global de activos superior a quatro mil milhões de dólares, vai investir em fazendas de larga escala de produção agrícola, distribuídas por sete províncias do país.

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De acordo com uma informação enviada às redacções, a concessão para a gestão destas sete fazendas, localizadas nas províncias do Bié, Cunene, Malange, Moxico, Cuando Cubango, Uíge e Zaire, totalizam uma área de 72.000 hectares e foi atribuída directamente pelo Ministério da Agricultura.

Permitirão criar perímetros agrícolas dedicados à produção de grãos, oleaginosas e arroz para garantir o consumo nacional e exportação, o que acontece numa altura em que o Governo está a dinamizar a diversificação das receitais, ainda concentradas na produção petrolífera.

"Pelo facto de a agricultura empregar mais de metade da população angolana, financiar este ramo aumenta a renda das para as pessoas ao nível das bases e apoia o surgimento de novas oportunidades para o sector privado na cadeia agro-alimentar", explica o FSDEA na nota sobre os investimentos aplicados no primeiro trimestre de 2016.

"Os riscos e os ganhos devem ser bem doseados. O investimento na actividade agrícola oferece receitas estáveis e de longo prazo e diversifica as alocações em activos tradicionais presentes no portfólio. O aporte de 250 milhões de dólares americanos previsto para este ramo pelo FSDEA deve-se a este propósito", sustenta o presidente do conselho de administração do fundo, José Filomeno dos Santos.

O responsável que lidera o principal fundo do país acrescenta que o aumento da classe média dos países emergentes, a subida dos níveis de rendimento e a expansão das zonas urbanizadas "tende a aumentar a procura de alimentos", pelo que a "longo prazo" o FSDEA e outros investidores deste ramo "alcançarão elevadas receitas líquidas" com estes investimentos.

Entre a carteira de activos do FSDEA, que totalizam 4,56 mil milhões de dólares em investimentos, de várias origens, sobretudo em África e na Europa, contam-se também títulos e valores mobiliários, como obrigações, acções e fundos de cobertura, avaliados em 1,84 mil milhões de dólares.

Os últimos dados do FSDEA indicam que 220 milhões de dólares estão aplicados num fundo de Silvicultura, dos quais 10 por cento investidos numa concessão de larga escala de eucaliptos em Angola, 500 milhões de dólares num fundo imobiliário dos quais 23 por cento aplicados em projectos hoteleiros em Angola e na vizinha Zâmbia, ou ainda 1100 milhões de dólares num fundo de infra-estrutura, com um peso de 19 por cento em projectos localizados em Angola e no Quénia.

"As grandes alocações em Angola, previstas para os fundos de agricultura e de saúde, com um capital total de 465 milhões de dólares, serão estreadas durante o ano 2016", acrescenta o FSDEA.

Este fundo foi criado com uma dotação de 5000 milhões de dólares, com parte das receitas petrolíferas angolanas, mas desde 2014 que não recebe transferências.

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