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Inspiração africana valeu vitória a Ângela Ferreira na 11.ª edição do Prémio Novo Banco Photo

A artista portuguesa Ângela Ferreira é a vencedora da 11.ª edição do Prémio Novo Banco Photo, no valor de 40 mil euros, foi esta terça-feira anunciado pela organização, no Museu Coleção Berardo, em Lisboa.

Fernando Piacarra:

Os finalistas desta edição do prémio eram Ângela Ferreira (Portugal), Ayrson Heráclito (Brasil) e Edson Chagas (Angola), cujas obras inéditas estão expostas desde Junho no Museu Berardo, no âmbito do galardão.

O trabalho de Ângela Ferreira obteve a unanimidade do júri, que, na cerimónia, exprimiu "comoção" em relação ao conjunto de obras, todas elas ligadas ao continente africano, com abordagens sobre a escravatura, o pós-colonialismo ou a apropriação do espaço.

O projecto vencedor - em fotografia, vídeo e instalação - segue a temática à qual Ângela Ferreira, 57 anos, tem vindo a dedicar grande parte da produção artística: o questionamento do discurso pós-colonial e os episódios históricos que marcam o urbanismo e a arquitectura modernas.

Neste projecto, apresenta fotografias dos edifícios do Museu Nacional de Etnologia e do Ministério da Defesa Nacional (Antigo Ministério do Ultramar), e no vídeo, relacionado com as missões dos edifícios em causa, a artista mostra o resultado de uma investigação sobre o trabalho dos etnógrafos António Jorge Dias e da mulher, Margot Dias.

A artista concluiu que os etnógrafos, que estiveram em Moçambique para estudar o povo Makonde no período colonial, fizeram "um trabalho muito mais complexo do que se imaginava". "Não faziam apenas uma pesquisa antropológica, eram pagos pelo Ministério do Ultramar para escrever relatórios políticos", segundo Ângela Ferreira, nascida em Moçambique e residente em Lisboa.

Na sala que mostra o trabalho da artista, o vídeo com informação e imagens do projecto foi colocado dentro de uma estrutura de madeira acima do nível do solo, à qual o público tem de aceder subindo por uma escada, num percurso semelhante ao que o investigador faz durante a sua busca.

Resultado de uma parceria entre o Novo Banco (ex-BES) e o Museu Colecção Berardo, o prémio realiza este ano a sua quinta edição com estatuto internacional, abrangendo não apenas artistas de nacionalidade portuguesa, mas também brasileira e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.

Os trabalhos foram avaliados por um júri constituído por Dana Whabira (Londres, Harare), artista e curadora, Manthia Diawara (Bamako, Nova Iorque), historiador de arte e professor da New York City University), e Salah Hassan (Cartum, Nova Iorque), historiador de arte e professor na Cornell Universtity, em Os trabalhos vão ser avaliados por um júri constituído por Dana Whabira (Londres, Harare), artista e curadora, Manthia Diawara (Bamako, Nova Iorque), historiador de arte e professor da New York City University), e Salah Hassan (Cartum, Nova Iorque), historiador de arte e professor na Cornell Universtity, em Ítaca, Nova Iorque.

O Prémio foi lançado em 2004 com o objectivo de premiar artistas portugueses, ou residentes em Portugal, que durante no ano transacto tivessem apresentado projectos fotográficos. Helena Almeida foi a vencedora da primeira edição, em 2004, José Luís Neto venceu em 2005, Daniel Blaufuks em 2006, Miguel Soares em 2007, Edgar Martins em 2008, Filipa César em 2009, Manuela Marques em 2011, Mauro Pinto em 2012, Pedro Motta em 2013, e Letícia Ramos em 2014.

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