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Injecção de dólares nos bancos angolanos aumenta 66 por cento numa semana

A injecção de divisas pelo Banco Nacional de Angola (BNA) na banca comercial aumentou cerca de 66 por cento na última semana, para 467,3 milhões de dólares, com o kwanza a desvalorizar-se fortemente face à moeda norte-americana.

<a href='http://www.angolaimagebank.com' target='_blank'>Angola Image Bank</a>:

Segundo o relatório semanal sobre a evolução dos mercados monetário e cambial do BNA, ao qual a Lusa teve hoje acesso, as vendas aos bancos comerciais, entre 7 e 11 de Setembro, foram concretizadas a uma taxa interbancária média de 135,374 kwanzas por cada dólar.

Trata-se, no espaço de apenas uma semana, de uma desvalorização de sete por cento face ao dólar norte-americano, como reflexo da crise cambial que o país atravessa.

Devido à quebra da cotação internacional do barril de crude, Angola enfrenta ainda uma crise financeira e económica, face à redução de receitas fiscais, e por consequência de entrada de divisas no país, necessárias para garantir as importações de máquinas, matéria-prima e alimentos.

Desde o final de Maio que o BNA tem em curso um programa para enfrentar a actual crise cambial no país. Contudo, mantêm-se as dificuldades no acesso a moeda estrangeira nos bancos, com o mercado paralelo, de rua, a apresentar taxas de câmbio acima dos 180 kwanzas por cada dólar, para compra de moeda estrangeira.

Entre 7 e 11 de Setembro o BNA vendeu directamente aos bancos um total de 467,3 milhões de dólares, valor que compara com os 281,7 milhões de dólares, de acordo com dados do banco central (+65,8 por cento).

Além dos bancos, o BNA vendeu ainda directamente às casas de câmbio, em leilão de melhor preço, pela segunda semana consecutiva, 10 milhões de dólares em divisas. Essas vendas foram feitas na quinta-feira, à taxa de câmbio média de 168 kwanzas por cada dólar, tendo participado 38 das 48 casas de câmbio autorizadas pelo BNA e "em condições regulares de funcionamento".

Anteriormente, estas casas de câmbio tinham de comprar divisas directamente aos bancos, que por sua vez alegavam não ter em quantidade suficiente devido à crise da quebra do preço do barril de petróleo.

A situação actual de falta de divisas, em função da procura, continua a dificultar, por exemplo, as necessidades dos cidadãos que precisam de fazer transferências para o pagamento de serviços médicos ou de educação no exterior do país ou que viajam para o estrangeiro.

O banco central anunciou no final de Maio que aquela instituição passou a ter "elementos para flexibilizar" a gestão do mercado cambial, nomeadamente através do aumento de dois para três leilões de divisas (vendas aos bancos) semanais, para regularizar o fluxo de divisas.

"A procura [de divisas, na banca comercial] não diminuiu. O problema é que eu, pessoalmente, acredito que nem toda a procura de divisas é legítima. Portanto, quando nós pudermos ter uma procura legítima, de certeza que não vai haver falta de divisas", afirmou a 25 de Julho o governador do BNA, José Pedro de Morais Júnior.

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