Em todo o mês de Junho, segundo o BNA, os bancos angolanos compraram 2.428 milhões de dólares de divisas, valor que diminuiu para 1760 milhões de dólares em Julho.
Entraram assim por dia nos bancos angolanos o equivalente a 56,8 milhões de dólares em Julho – entre compras ao BNA em leilões ou directamente a clientes – mas os problemas de acesso a divisas pelos utentes persistem, enquanto a taxa de câmbio no mercado paralelo voltou a aumentar nas últimas semanas.
Em causa está a crise da cotação internacional do barril de crude, que tem vindo a diminuir as receitas fiscais e a entrada de divisas em Angola, mas também, e por consequência, o acesso a moeda estrangeira.
As divisas (dólares) são necessárias para assegurar as compras de Angola ao estrangeiro, nomeadamente matéria-prima ou bens de alimentação, ou para financiar estudos ou tratamentos de saúde a cidadãos nacionais no estrangeiro.
Por outro lado, segundo informação do BNA, o kwanza angolano depreciou-se face ao dólar, durante o mês de Julho, em 3,6 por cento, tendo fechado aquele mês em 125,776 kwanzas por cada dólar, em termos de taxa de câmbio oficial.
"A procura [de divisas, na banca comercial] não diminuiu. O problema é que eu, pessoalmente, acredito que nem toda a procura de divisas é legítima. Portanto, quando nós pudermos ter uma procura legítima, de certeza que não vai haver falta de divisas", afirmou o governador do BNA, José Pedro de Morais Júnior.
Acrescentou que o banco central está a ultimar um novo "quadro operacional" de procedimentos nesta matéria.