A redução do preço das 'commodities' (como petróleo, metais, mas também produtos alimentares como café) nos últimos três anos tem colocados os países exportadores destes produtos numa difícil conjuntura e o FMI diz que as dificuldades estão para continuar.
Segundo economistas da instituição, a queda recente dos preços e a perspectiva de esses preços permanecerem fracos faz antecipar a descida anual em um ponto percentual da taxa de crescimento dos países exportadores de matérias-primas entre 2015 e 2017 face ao período de 2012 a 2014.
Para os países exportadores de energia, a queda pode ir mesmo mais longe, atingindo uma média de 2,25 pontos percentuais por ano.
Entre os países exportadores de matérias-primas estão, por exemplo, Arábia Saudita (exportador de energia), Chile (exportador de metais) ou Gana (exportador de alimentos).
Apesar de o estudo não referir expressamente, Angola é um importante exportador de ‘commodities’, sobretudo de petróleo, pelo que a baixa do preço deste terá impactos na evolução económica do país.
Em Angola, segundo o FMI, as ‘commodities’ representam 81,1 por cento do total de exportações, sendo quase metade de energia.
Ainda segundo o FMI, a desaceleração do crescimento não se deve apenas a um fenómeno cíclico, sendo que um terço da redução da taxa de crescimento é atribuído a componentes estruturais, reflectindo o reduzido investimento dessas economias (geralmente em desenvolvimento) e o baixo crescimento potencial.
O FMI diz que a resposta para evitar um maior abrandamento económico deve ir além das medidas do lado da procura e pede também reformas estruturais.