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Governador do Zaire pede apoio do PR para resolver “desgraça” do contrabando

O governador da província do Zaire pediu o apoio do Presidente da República para resolver a “desgraça” do contrabando, sobretudo de combustível, naquela região que faz fronteira com a República Democrática do Congo (RDCongo).

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Adriano Mendes de Carvalho apresentou a situação socioeconómica e os principais desafios do Zaire durante um encontro com João Lourenço, que realizou esta Quarta-feira uma visita de algumas horas à capital daquela província, a cidade histórica de Mbanza Congo, classificada como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO.

Entre os problemas identificados pelo governador, destacou-se o contrabando de combustíveis, “o cancro da província” que, considerou, é possível resolver.

“Nós não podemos continuar assim. Parece mentira mas os contrabandistas têm força. Não há desenvolvimento se continuarmos nesta senda de contrabando, ninguém vai vir aqui e querer esperar três ou quatro horas numa fila de combustível e depois dizerem que o combustível acabou", lamentou o responsável.

Adriano Mendes de Carvalho disse que entram no Zaire “camiões e camiões de combustível, todos os dias e passada uma hora e meia a bomba já não tem combustível".

"Camarada Presidente, queremos pedir o seu apoio, e aos órgãos competentes, para ver como podemos trabalhar nesta situação que tem sido para nós uma desgraça muito, muito grande”, apelou o governador dirigindo-se a João Lourenço.

Afirmou ainda que é fundamental adquirir rapidamente “scanners” para inspeccionar “o que é que passa de facto nesses camiões”, assinalando “um caso caricato” de uma suposta madre (religiosa) que estava a levar algumas crianças.

Solicitou também apoios para “fazer da cidade de Mbanza Congo um grande museu a céu aberto, aproveitando desta maneira o grande potencial histórico da cultura Congo", de forma a receber mais visitantes.

O governador referiu que o aeroporto existente vai ser desactivado em breve, em função da requalificação do centro histórico de Mbanza Congo, estando a ser preparadas intervenções a vários níveis.

Considerou que a província tem potencial turístico e pode contribuir para a diversificação da economia em vários pontos, embora “o estado das vias complique” o desenvolvimento.

O governo provincial quer dinamizar o turismo histórico e cultural com realce para a cidade de Mbanza Congo e fomentar também o turismo na orla litoral e fluvial, apesar da falta de infraestruturas hoteleiras de qualidade, como reconheceu Adriano Mendes de Carvalho.

O Zaire tem um dos maiores polos de produção de petróleo e gás em Angola, no Soyo, contribuindo significativamente para o Produto Interno Bruto (PIB) e estão em fase de prospeção outros recursos minerais como o fosfato, o cobre, o ouro chumbo, zinco, etc.

Mais de 60 por cento da população pratica agricultura de subsistência e estima-se a existência de mais de um milhão e 200 hectares de terras aráveis dos quais só 5 por cento estão a ser utilizados, salientou o governador, acrescentando que há também abundância de pescas e de sal, que estão subaproveitados.

Adriano Mendes de Carvalho apontou também dificuldades no acesso da população a serviços básicos, incluindo água potável, energia eléctrica, vias de comunicação, saúde, saneamento básico e transportes.

Defendeu igualmente a construção de uma nova estrada entre Soyo e Mbanza Congo, para fazer a "união entre o litoral e o interior".

A carteira de projectos do Plano Integradi de Intervenção nos Municípios (PIIM) nesta província é composta por 97 projectos avaliados, dos quais 42 concluídos e 21 estão em curso, com um nível de execução na ordem 60 por cento, mas há seis contratos que vão ser rescindidos por incumprimento das empresas, adiantou.

No Zaire, além da reunião de manhã com o governo provincial, João Lourenço vai também visitou também as obras do hospital geral do Zaire.

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