João Lourenço discursava no âmbito da visita de dois dias de Andry Rajoelina, Presidente da República de Madagáscar, que teve início esta Quinta-feira em Luanda, com um encontro no Palácio Presidencial.
"A República de Madagáscar tem dado passos importantes visando a criação de condições tendentes a dar uma maior visibilidade e relevância aos sectores das minas e dos petróleos, que estão em franco crescimento no vosso país", sublinhou o chefe de Estado, acrescentando que Angola tem acumulado conhecimento nestas áreas que constituem o motor da economia.
"Angola está aberta a estreitar as relações com Madagáscar nestes sectores, colocando a sua experiência à vossa disposição, para que os malgaxes possam, num curto espaço de tempo, tirar os maiores proveitos dos mesmos", afirmou.
O chefe de estado congratulou-se com a visita de Andry Rajoelina, que ocorre poucos meses depois de João Lourenço se deslocar a Madagáscar para a tomada de posse, e frisou que este é um momento para projectar acções de interesse mútuo e "despertar as relações bilaterais que estiveram adormecidas durante as últimas décadas".
João Lourenço falou ainda da necessidade de desenvolver "intensa cooperação" noutros domínios, como os da Agricultura e do Turismo, onde os dois países se podem complementar "em termos de transferência mútua de conhecimentos".
Destacou, por outro lado, a assinatura do novo Acordo Geral de Cooperação, que considerou fundamental para enquadrar os instrumentos jurídicos que foram assinados relativos aos sectores dos petróleos, das minas e da energia e, em particular, a Comissão Mista Bilateral, para passar a analisar regularmente o estado da cooperação.
"Nesta base, lanço um desafio à diplomacia de cada um dos nossos países para que, no mais curto espaço de tempo possível, possam criar as condições necessárias à realização da Primeira Sessão da Comissão Bilateral Angola/Madagáscar.
No seu discurso, João Lourenço abordou questões relativas à paz e segurança sobretudo em África que, garantiu, tem merecido "atenção muito particular" em Angola, lembrando que, na Terça-feira à noite, foi alcançado em Luanda um cessar-fogo entre as partes em conflito na Republica Democrática do Congo, depois de uma reunião ministerial com delegações deste país e do Ruanda.
Por outro lado, Angola continua a acompanhar "com grande preocupação" o diferendo entre a Rússia e a Ucrânia e o que envolve Israel e a Palestina.
"Os acontecimentos dos últimos dias contra Beirute e Teerão não abonam a favor da paz no Médio Oriente, que, com altos e baixos, vinha sendo negociada com a mediação do Qatar e do Egipto, com o encorajamento de toda a comunidade internacional", lamentou João Lourenço.