Dos instrumentos ora assinados, o destaque recai no acordo que oficializa a Comissão Mista Bilateral, instrumento crucial para concretizar a cooperação em sectores como petróleo e gás, mineração, consultas políticas, isenção de vistos para passaportes diplomáticos, igualmente rubricados nesta Quinta-feira, e proporcionar a oportunidade para assinar outros acordos futuramente, escreve a Angop.
Na ocasião, o chefe de Estado enalteceu a celebração destes instrumentos, visto que representam um marco na história da cooperação entre os dois países, que esteve "adormecida" durante vários anos.
João Lourenço, em declarações em conferência de imprensa, citadas pela Angop, referiu que esta é uma altura de desafios para se recuperar o tempo perdido, tendo em vista a dinamização das relações em prol do desenvolvimento económico dos dois países.
Tendo em conta essa situação, o Presidente da República diz ser imperiosa a operacionalização da Comissão Mista Bilateral com a concretização do seu primeiro encontro, já que é uma ferramenta fundamental para materializar os acordos assinados e possibilitar acordos futuros.
Já Andry Rajoelina destacou que a celebração destes acordos representa o arranque da cooperação entre os dois países e fortalece a cooperação entre sul-sul, a par de atribuir valor ao pan-africanismo.
Citado pela Angop, também apontou que ambos os países possuem grande potencial, principalmente em recursos minerais, que podem ser utilizados para beneficiar o desenvolvimento de ambas as nações e acrescentou que é importante que os países africanos continuem a promover a solidariedade entre si, dado que deve ser no próprio continente que devem ser procuradas as respostas para os desafios que continuam a impactar as populações, por meio de uma colaboração eficaz entre os países.
No âmbito da visita do presidente de Madagáscar a Angola, o Palácio Presidencial acolheu, esta Quinta-feira, conversações entre as comitivas de Angola e Madagáscar.
Na abertura do diálogo entre as delegações, João Lourenço apontou a disponibilidade do país em colaborar com Madagáscar no sector das minas, a fim de garantir que Madagáscar aproveita ao máximo as oportunidades neste domínio em desenvolvimento, com o objectivo de impulsionar o seu crescimento económico.
Segundo o chefe de Estado, Madagáscar tem tomado medidas significativas para aumentar a visibilidade e importância do domínio da mineração, tendo destacado que Angola irá accionar toda a sua experiência nestes campos, dado que foi o principal impulsionador da economia do país durante muitos anos.
Contudo, João Lourenço realçou que a cooperação entre os dois países também deve olhar para outros sectores, como por exemplo a agricultura e o turismo, onde ambos os países podem partilhar informação para impulsiona o crescimento das suas economias.
Destacando que os dois países firmaram instrumentos nos sectores do petróleo e gás, mineração e energia, João Lourenço apontou como fundamental, para a concretização desses acordos, o instrumento para a oficialização da Comissão Mista Bilateral, que vai ser a base para vai possibilitar relançar as relações.
Assim, desafiou a diplomacia dos dois países a trabalhar afincadamente na criação das condições necessárias para a concretização da primeira reunião desta comissão, escreve a Angop.
João Lourenço recordou ainda que a visita do seu homólogo de Madagáscar acontece poucos meses depois de se ter deslocado àquele país africano por causa da tomada de posse de Andry Rajoelina, tendo na altura sido discutidos aspectos relevantes sobre a cooperação.
Nesta sua deslocação a Angola, o presidente de Madagáscar também prestou uma homenagem ao primeiro Presidente da República, Agostinho Neto. Esta Quinta-feira, Andry Rajoelina depositou uma coroa de flores no sarcófago de Agostinho Neto, bem como visitou o Memorial Dr. António Agostinho Neto e assinou o livro de honra.
Depois do encontro com João Lourenço e testemunho da assinatura dos acordos, a agenda do presidente de Madagáscar previa, ainda para esta Quinta-feira, uma deslocação à Assembleia Nacional e uma visita à Refinaria de Luanda.
