Os dados foram avançados esta Segunda-feira, em Luanda, pelo ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, durante a 1.ª edição das Conversas sem Makas, um evento promovido pelo economista Carlos Rosado de Carvalho.
“Estamos a construir [uma] refinaria de ouro em Luanda. A produção ainda é muito pequena, mas [o] potencial é grande em várias províncias”, sublinhou o ministro.
Localizado no Polo Industrial de Viana, em Luanda, num investimento de sete milhões de dólares, a cargo da Geoangol (pertencente à diamantífera estatal Endiama), o complexo terá uma capacidade de refinação de cerca de 25 quilogramas de ouro por dia.
Diamantino Azevedo adiantou ainda que o Plano Nacional de Geologia (Planageo) permitiu observar em Angola mais de 300 pontos de ocorrências de minerais críticos, cuja procura tem vindo a aumentar significativamente.
No final do ano passado estavam licenciados 87 projectos de prospecção e 25 de exploração deste tipo de minerais.
Sobre a Bolsa de Diamantes, iniciativa constituída pelas empresas públicas Sodiam e Endiama, para assegurar os leilões de diamantes a nível nacional, o ministro disse acreditar que estará em actividade em 2026.
Angola, que foi em 2023 o quarto maior produtor de diamantes a nível mundial, prevê também um aumento da produção dos actuais 9,77 milhões de quilates para 17,6 milhões de quilates em 2027, com a entrada em funcionamento dos projectos diamantíferos de Yetwene, na província da Lunda Norte e de Luele (Luaxe), na província da Lunda Sul.
O país conta actualmente com duas fábricas de lapidação instaladas no Polo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo (Lunda Sul), devendo ser construído um novo Polo de Lapidação de Diamantes no Dundo (Lunda Norte).
No total, segundo Diamantino Azevedo, estão registados 588 títulos mineiros, relativos essencialmente à exploração de diamantes, mármores, calcário e ouro, dos quais cerca de 50 por cento são relativos a prospecção.
O mesmo responsável assinalou que actualmente operam em solo angolano grandes empresas de mineração como a Angloamerican, Rio Tinto (terceira maior de mineração mundial), De Beers, Pensana Metals, Minbos e Ivanhoe, bem como a russa Alrosa, que estará de saída da sociedade mineira de Catoca devido as sanções impostas à Rússia.
O governante considerou que a actividade mineira deve ser essencialmente desenvolvida por empresas, em detrimento das cooperativas, sublinhando, no entanto, que é necessário melhorar o sistema para permitir que mais angolanos entrem na actividade semi-industrial, prevista na legislação.
Quanto ao garimpo, salientou que é ilegal e “não é uma actividade vantajosa”, pelo que deve ser combatido, acrescentando que tem vários riscos associados, entre os quais o aumento da imigração ilegal e da prostituição.