"As obras da refinaria de ouro, em termos de execução física, estão a 50 por cento e prevê-se a conclusão das mesmas e início das operações no final deste ano, mas oficialmente poderá ser inaugurada no primeiro semestre de 2025", disse Domingos Kimba Baptista, à margem do workshop sobre Recursos Minerais e a Cadeia de Valor do Ouro em Angola, a ter lugar no Huambo.
Citado num comunicado do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, a que o VerAngola teve acesso, o director geral da Geongol adiantou que o projecto contará com 23 técnicos "para o arranque e funcionamento, formados num centro especializado, em Portugal", no qual utilizaram os mesmos equipamentos e tecnologias que vão ser usados na refinaria.
"Os nossos técnicos trabalharam nos mesmos equipamentos que nós vamos usar na nossa refinaria. Portanto, estes técnicos estão agora a fazer outras formações e merecerão também uma formação 'on the job', na altura em que estivermos a montar os equipamentos. Teremos a condições de criar a economia localmente para podermos fabricar as barras de ouro", disse.
O responsável referiu igualmente que "para os trabalhos em curso contam com a assessoria de países com alguma tradição com uma exploração mineira, sobretudo de metais preciosos, como Portugal, Tanzânia e do Gana também", lê-se na nota.
Já o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, ao intervir na abertura do workshop, destacou a construção da refinaria de ouro na capital como uma "acção prioritária" do Executivo para o sector mineiro.
Na ocasião, o ministro considerou que "refinar o ouro, localmente, irá agregar valor ao mesmo, podendo esta 'commodity' ser usada na indústria de jóias, bem como na reserva de liquidez internacional".
Citado num outro comunicado da tutela, a que o VerAngolta teve acesso, Diamantino Azevedo aproveitou ainda para fazer um resumo acerca de outros projectos em andamento no sector por si dirigido, tendo apelado a mais investimento privado e financiamento das instituições bancárias, assegurando apoio institucional do sector.
Por sua vez, Lotti Nolica, governadora do Huambo, disse haverem "16 projectos de prospecção mineira na província (ouro, diamante, cobre, metais ferrosos e terras raras) e dois de produção de ouro e terras raras", acrescentando que, embora existam estes projectos, se tem vindo a registar a exploração ilegal "acarretando diversos efeitos adversos, desde os aspectos financeiros, humanos, ambientais e entraves para o desenvolvimento do sector mineiro", lê-se na nota.
Assim, assegurou que continuam a colaborar com as autoridades para combater este problema. "Continuamos, em estreita colaboração com as forças de defesa e segurança e as autoridades tradicionais, empenhados na implementação de estratégias e medidas adequadas para combater a exploração ilegal de minerais", disse a governadora, que também apelou à "maior comparticipação das empresas do sector para o desenvolvimento das comunidades circundantes aos projectos mineiros".
Refira-se que o workshop acontece no quadro das jornadas relacionadas com a comemoração do 27 de Abril, Dia do Trabalhador Mineiro.
