O angolano Sebastião da Silva Isata, presidente da Comissão do Direito Internacional da UA e antigo vice-ministro das Relações Exteriores, reconheceu que o Executivo se tem esforçado para combater a corrupção e se afirmar enquanto Estado de Direito.
Em entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA), Sebastião da Silva Isata considerou que cada presidente teve um papel diferente: Agostinho Neto tinha a responsabilidade de liderar a luta da libertação, José Eduardo dos Santos teve a obrigação de continuar o percurso de libertação e João Lourenço tem de consolidar a democracia e o Estado de Direito.
Defendendo que o caminho traçado pelo país tem comprovado que numa democracia ninguém está acima da lei, o responsável disse ainda ser necessário dar mais atenção às necessidades da população, sobretudo dos jovens.
Afirmando que é crucial criar mais empregos para os jovens, lamentou a morte dos 19 mil dos mais de 110 mil jovens que tentaram atravessar o Mediterrâneo em direcção à Europa, entre 2019 e 2020.
O angolano sugeriu ainda que o país reforce a sua aposta na investigação científica, com o objectivo de melhorar o sistema de ensino nacional. Aos olhos de Sebastião da Silva, esta melhoria vai permitir à população ter maior qualidade de ensino e assim garantir uma maior integração dos angolanos em quadros de organismos internacionais.
No geral, o responsável mostrou-se orgulhoso com o desempenho diplomático de Angola e congratulou o país por ter feito parte do Conselho de Segurança da ONU por duas vezes.
A Comissão do Direito Internacional, presidida por Sebastião da Silva Isata, foi criada em 2009 e tem como objectivo codificar e sistematizar o desenvolvimento do Direito Internacional, particularmente no continente africano.