Na edição anterior (TICAD VI), realizada em 2016, no Quénia, o Japão anunciou um investimento de cerca de 30 mil milhões de dólares a injectar em projectos público-privados a três anos (2016-2018), de forma a assegurar o futuro sustentável de África.
No quadro do TICAD, o Japão apoia actualmente a construção de infraestruturas e projectos agrícolas em Angola, Senegal, Quénia, África do Sul, Moçambique, Cabo Verde, Ruanda e Madagáscar, refere um comunicado da embaixada angolana em Berlim.
Os investimentos japoneses em Angola permitiram, por exemplo, o projecto de reabilitação e expansão do porto comercial do Namibe e do terminal mineiro de Saco-Mar - que permite reforçar a exportação de ferro na província da Huíla -, a instalação de cabo submarino óptico no Atlântico Sul, o reforço de três indústrias têxteis e a reabilitação do hospital Josina Machel, em Luanda.
De resto, o Japão tem procurado desenvolver o Namibe e a região Sul, através do contrato de empreitada para o projecto integrado da baía do Namibe, que o Presidente João Lourenço atribuiu ao consórcio Toyota Tsusho Corporation e TOA Corporation.
Noutras áreas do continente, o Japão tem apoiado a produção de arroz no Senegal e a exploração de metais como paládio, platina e níquel na África do Sul, assim como tem estimulado a produção de energia eléctrica no Quénia.
Em Moçambique, inserido no quadro da parceria estratégica com África, o Japão teve um papel importante no projecto de infraestruturas ferroviárias e portuárias no corredor de Nacala,
No âmbito da TICAD7, que se realiza em Yokohama, Angola está a preparar projectos em vários sectores - energias renováveis, saúde, ensino superior e formação, agricultura, agroindústria, finanças, turismo e tecnologias de informação e comunicação - para apresentar ao Japão em busca de financiamento.
"O ministro angolano das Relações Exteriores, Manuel Augusto, considera crucial a implementação dos projectos apresentados por alguns países africanos e já aprovados pelo Japão, particularmente aqueles cuja concretização possa ter impacto e contribua para a integração económica regional", refere o comunicado enviado à Lusa.
As relações políticas e diplomáticas entre Angola e o Japão foram estabelecidas em Setembro de 1976, sendo que as trocas de visitas de alto nível entre representantes dos dois países tiveram início no final dos anos de 1980.