Ver Angola

Defesa

Refugiados congoleses que querem regressar continuam fora do centro de Lóvua

Um número de refugiados, ainda por precisar, da República Democrática do Congo (RDCongo), que saíram do centro de acolhimento de Lóvua, na província da Lunda Norte, continuam ainda na berma da estrada, disse fonte local à Lusa.

:

Segundo a chefe da área das Relações Externas do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Juliana Ghazi, decorre nesta altura a campanha de informação aos refugiados sobre o início do repatriamento organizado no dia 16 de Setembro.

Na semana passada, os Governos de Angola e da RDCongo, juntamente com o ACNUR, assinaram um acordo que definiu o início, no dia 16 de Setembro, do repatriamento de 16.177 dos 23.6824 refugiados congoleses, que manifestaram desejo de regressar ao seu país de origem.

Angola acolheu em 2017 perto de 35.000 refugiados da província congolesa de Cassai, que devido a conflitos militares procuraram refúgio na província fronteiriça da Lunda Norte.

Juliana Ghazi referiu que a campanha de informação aos refugiados sobre esse acordo está a ser realizada dentro do assentamento de Lóvua e fora dele, "para que eles saibam que o repatriamento organizado inicia no dia 16".

"Mas alguns continuam na borda e não querem voltar, como eles já começaram o trajecto deles, eles não querem voltar", disse a responsável do ACNUR, sublinhando que o número de refugiados nessa condição não está definido por enquanto.

"A situação é muito fluida, muda muito, o que a gente vê é que os refugiados que já saíram e começaram a perceber que os camiões do Governo estão sendo mandados para buscá-los, eles não pararam de marchar para esperar os camiões e nós não sabemos dizer ainda se alguns deles vão voltar para o campo, para o assentamento e esperar o organizado, a gente não sabe dizer ainda", salientou.

A responsável da organização das Nações Unidas disse que continua a campanha de informação sobre o início organizado de repatriamento em Setembro.

"Vamos entender mais a reacção dos refugiados, se eles vão querer continuar com o espontâneo ou voltar [para o assentamento], e a gente vai entender isso mais nos próximos dias", frisou.

No centro de acolhimento de Lóvua ainda estão refugiados, alguns dos quais também já manifestou vontade de regressar, "esperando o repatriamento organizado começar".

"Da mesma forma que estávamos a fazer assistência antes daqueles que estão retornando espontaneamente, o Governo está mandando os camiões ainda e continuamos a oferecer assistência desta forma", acrescentou Júlia Ghazi.

Para os refugiados que pretendem continuar em território nacional, o ACNUR garante assistência aos mesmos, porque "nenhum refugiado é obrigado a retornar".

O Governo e o ACNUR comprometeram-se a emitir documentos de identificação, com vista a garantir o controlo dos refugiados.

Para o Governo da RDCongo ficou a responsabilidade de elaborar um Plano de Acção para a recepção e reintegração social dos refugiados, em parceria com o ACNUR.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.