A intenção foi expressa na Terça-feira pelo presidente do gigante diamantífero sul-africano, Bruce Cleaver, num encontro com o chefe de Estado João Lourenço, estando em cima da mesa em geral, assuntos ligados ao sector.
Após o encontro, Cleaver adiantou que a reunião decorreu de forma "construtiva e acertada" e mostrou-se "satisfeito" com a recente alteração na legislação, que, por exemplo, pôs fim à venda de diamantes a clientes preferenciais e permite às empresas diamantíferas em Angola venderem livremente até 60 por cento da produção.
O presidente do grupo sul-africano, salientando que aguarda apenas pelos regulamentos da nova legislação, confirmou que a produção de diamantes no país e a participação da De Beers no processo esteve em cima da mesa.
Após o anúncio do regresso às concessões em 2014, que não se materializou, o gigante do sector diamantífero mantém uma presença residual em Angola, tendo reduzido o número de funcionários a 15 colaboradores, dos 280 com que contava em 2012.
Em causa esteve a falta de concessões para a exploração, emitidas pela Empresa Nacional de Prospecção, Exploração, Lapidação e Comercialização de Diamantes (Endiama).
Com a Alrosa, empresa russa do sector dos diamantes, a De Beers faz parte das duas únicas multinacionais a operar em Angola no segmento.
As recentes mudanças feitas no sector mineiro determinadas pelo Presidente, que envolveram também a nomeação de um novo Conselho de Administração da Endiama e o combate aos monopólios, podem resultar na captação de capital estrangeiro que o país precisa neste momento.
Com explorações mineiras no Botswana, Canadá, Namíbia e África do Sul, a De Beers controla 44 por cento da produção mundial de diamantes.