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Associação indignada com construção de centro comercial ao lado da Fortaleza de Luanda

A Associação Kalu - Naturais e Amigos de Luanda criticou a construção de um centro comercial ao lado da Fortaleza de São Miguel, na capital, acto que vai levar à desclassificação daquele monumento histórico.

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A posição foi expressa por Maria Cristina Pinto, vice-presidente da Associação Kalu, uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, em conferência de imprensa sobre os dez anos comemorativos da Campanha Reviver, que tem como lema "Recuperar, Requalificar, Reabilitar por uma Luanda com Alma" e a data internacional da Abolição da Escravatura, que se comemora a 23 deste mês.

Maria Cristina Pinto incluiu a construção do novo centro comercial "Shopping Fortaleza" como um mau exemplo de preservação dos edifícios históricos. "Infelizmente, vamos ter de falar sobre isso, apesar de ser um edifício que já está construído e de não ter sido possível travar", explicou.

Segundo Maria Cristina Pinto, o novo centro comercial "vai desclassificar automaticamente a fortaleza, que poderia ter sido chamada pela UNESCO para ter sido classificado, tal como Mbanza Congo".

Maria Cristina Pinto referiu que a Associação Kalu ainda não se manifestou sobre a questão, "porque aquilo ultrapassou os limites". "Não acreditávamos que estavam a deixar subir aquele edifício aos olhos de toda a gente, onde parte da fortaleza deixa de ser vista pelo cidadão", lamentou.

Para a vice-presidente da Associação Kalu, é preciso reflectir sobre a história da cidade e sobre o envolvimento de todos os governantes.

A activista cívica recordou que, em 1996, houve uma proposta para se fazer a classificação do património histórico da cidade naquela fortaleza, que é o primeiro centro a ser habitado em Luanda.

"Luanda tem um centro histórico, a Cidade Alta e a Cidade Baixa, e nós ficamos espantados como é que ninguém se manifesta", referiu.

Em construção junto à marginal de Luanda, ao lado da secular Fortaleza de São Miguel, a primeira fortificação a ser erguida na capital, no século XVI, o "Shopping Fortaleza", cuja abertura apontava para o início do segundo semestre deste ano, foi adjudicada em 2011 ao consórcio Soares da Costa/Grinner, na altura por 62,7 milhões de dólares.

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