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Economia

BMI Research: Angola cresce 2 por cento este ano e 4,1 em 2018

A consultora BMI Research estima que a economia nacional cresça 2 por cento este ano e 4,1 por cento em 2018, com a inflação muito elevada e o fraco ambiente empresarial a impedirem uma recuperação mais rápida.

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"Angola vai ver uma recuperação modesta no crescimento económico durante os próximos dois anos devido a uma melhoria na perspectiva de evolução do sector petrolífero; a inflação muito elevada e um fraco ambiente empresarial vão pesar na produção noutros sectores da economia, negando uma recuperação mais abrangente", escreve esta consultora do Grupo Fitch.

No relatório sobre a economia angolana no terceiro trimestre deste ano, marcado pelas eleições presidenciais deste mês, a BMI Research diz que o país vai acelerar neste e no próximo ano face aos 0,3 por cento de crescimento registado no ano passado, "o que fica bastante abaixo da média anual de 6,8 por cento registada entre 2006 e 2016".

O petróleo, dizem, continua a dominar a economia, valendo 95,2 por cento das exportações totais e 70,2 por cento das receitas fiscais em 2016, o que significa que os movimentos no mercado internacional do petróleo vão continuar a ditar a evolução da economia".

No relatório, a que a Lusa teve acesso, os analistas afirmam que, "apesar dos ventos favoráveis oferecidos pelo sector petrolífero, a alta inflação, um fraco ambiente empresarial e a incerteza sobre o futuro do regime da taxa de câmbio pelo banco central vão garantir que o investimento continue abaixo do potencial e, em última análise, qualquer recuperação económica será curta".

É por isso que, a seguir a um crescimento de 4,1 por cento no próximo ano, as estimativas apontam para um abrandamento para os 2,4 por cento em 2019 e 2020, o que é insuficiente para um país em desenvolvimento, como é o caso de Angola, o maior produtor de petróleo africano, a par da Nigéria.

Entre as vantagens do país, a BMI Research aponta os "abundantes recursos naturais, com diamantes e hidrocarbonetos", e as estreitas ligações com a China, apresentada como "uma fonte confiável de empréstimos públicos a taxas relativamente baratas".

Em sentido inverso, os analistas destacam a "enorme dependência estrutural do petróleo", que vale mais de 90 por cento do total das exportações e cerca de 70 por cento da receita fiscal, a par da "elevada corrupção e um inóspito ambiente empresarial, que é um obstáculo aos investidores estrangeiros e nacionais".

A nível financeiro, a análise aponta como ameaças os custos de servir a dívida externa, com taxas de juro a rondar os 10 por cento, o que leva os analistas a preverem que "Angola se arrisca a entrar em incumprimento financeiro se os empréstimos continuarem a este nível ou se a instabilidade política prejudicar as receitas fiscais".

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