Numa entrevista concedida em Madrid, para onde viajou logo após as eleições gerais, João Lourenço, actual ministro da Defesa Nacional, afirmou que os investidores espanhóis "estão convidados" a apostar em negócios em Angola, como na indústria, pesca e turismo, além da defesa, sector em que já decorrem "contactos".
"Estamos no processo de aquisição de aviões de vigilância marítima ao fabricante espanhol CASA. Estamos interessados em proteger a fronteira norte com a República Democrática do Congo e sabemos que a Espanha tem boas soluções e equipamentos para a protecção de ambas as fronteiras, marítimas e terrestres", disse João Lourenço, na entrevista à agência espanhola EFE.
"Diversificar a economia é fundamental e indispensável para sobreviver, é imprescindível abrir a nossa economia e esquecermos um pouco o petróleo. O nosso país, Angola, pode sobreviver, tem mais recursos além do petróleo", afirmou João Lourenço.
Desde logo garante que serão criados incentivos à agroindústria em Angola, para potenciar as vastas terras aráveis e água disponíveis, afirmando que o país pode vir a ser "uma grande potência agrícola, do tipo do Brasil".
A privatização de empresas públicas que não sejam lucrativas e representem um "peso morto para o Estado" mantém-se como prioridade de João Lourenço: "Quais? Não posso dizer, isso é o que vamos estudar, caso a caso, e será feito pelo novo executivo".
Na mesma entrevista, João Lourenço assume o objectivo de "preservar e usar" as "conquistas" dos antecessores, Agostinho Neto e José Eduardo dos Santos, ambos do MPLA.
"Vou usar essas conquistas, a independência, a soberania, a paz, a reconciliação, e concentrar-me no desenvolvimento da economia. Angola tem recursos enormes e as condições necessárias para criar um ambiente de negócios que incentiva os investidores a virem para o nosso país", concluiu.