Segundo o documento, a que a Lusa teve acesso esta Sexta-feira, o contrato com a construtora brasileira prevê a "operação e manutenção" das centrais hidroeléctricas de Cambambe e de Laúca - que a Odebrecht construiu este ano -, bem como de Capanda, todas no rio Kwanza.
Inclui ainda a modernização da barragem de Capanda, inaugurada em 2005, após 18 anos de construção por um consórcio que envolveu empresas russas e também a própria Odebrecht.
A operação e manutenção das três centrais, incluindo ainda a modernização de Capanda, vai "proporcionar maior segurança e estabilidade na produção e fornecimento de energia eléctrica, contribuindo de forma significativa para o desenvolvimento económico e social do país", lê-se no despacho assinado por José Eduardo dos Santos, autorizando o contrato.
Este negócio com a Odebrecht está avaliado em 993,4 milhões de dólares, segundo o despacho presidencial.
O Presidente é esperado esta Sexta-feira em Laúca, na província de Malanje, para inaugurar aquela barragem, considerada a maior obra pública do país e a última grande empreitada de José Eduardo dos Santos enquanto chefe de Estado.
O Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca, no rio Kwanza, produz desde Julho, em fase de testes, 334 MegaWatts (MW) de electricidade, com a primeira de seis turbinas.
Trata-se de uma obra a cargo da construtora Obebrecht, que ainda subcontratou várias empresas de origem portuguesa, casos da Somague Angola, Teixeira Duarte, Epos, Tecnasol e Ibergru, com mais de 250 trabalhadores.
Localizada entre as províncias do Kwanza Norte e Malanje, aquela barragem foi encomendada pelo Estado por 4,3 mil milhões de dólares, envolvendo financiamento da linha de crédito do Brasil, movimentando cerca de 9000 trabalhadores.