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Fundo Monetário confirma que Governo angolano não pediu ajuda financeira

O Governo angolano não solicitou assistência financeira ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê para 2015-2016, um crescimento económico para Angola de 3,5 por cento, disse esta terça-feira em Luanda fonte daquela instituição financeira.

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A informação foi avançada à imprensa pelo coordenador da missão do FMI que durante duas semanas trabalhou com as autoridades angolanas ao abrigo do artigo IV, para a realização da consulta do ano em curso.

Ricardo Veloso sublinhou, em conferência de imprensa de balanço da visita, que Angola é um membro importante do FMI e "quando houver ou se houver um pedido", a organização está disponível para abordar o assunto com o Governo angolano. "O FMI claramente vai se sentar com as autoridades e vai analisar esse pedido e tem todo o interesse que a economia angolana siga o seu processo de crescimento e desenvolvimento", garantiu.

Segundo o responsável, a economia angolana tem sido gravemente afectada pela queda acentuada do preço do barril de petróleo ao longo do último ano, porém o nível confortável de reservas internacionais tem permitido à economia suportar as consequências da baixa da cotação do petróleo melhor que a registada entre 2008 e 2009, quando teve que recorrer a um empréstimo do FMI.

Para o ano em curso, a previsão do FMI, baseada no preço médio do barril de petróleo a 53 dólares, aponta para um crescimento na ordem dos 3,5 por cento, sendo para o sector petrolífero o crescimento de 6,8 por cento e para o não petrolífero de 2,1 por cento.

Em 2016, o crescimento geral é o mesmo projectado para este ano (3,5 por cento) e sustentado em igual preço do barril de petróleo (53 dólares), e para o sector petrolífero regista-se um decréscimo (3,9 por cento), já para o não petrolífero, um aumento (3,4 por cento) comparativamente a 2015.

"As diferenças com os números do Governo eram maiores no passado. O Governo, sim, tinha números mais altos de crescimento económico que o FMI. Entendo que hoje as divergências estão a convergir o que é um bom sinal", realçou Ricardo Veloso.

O FMI sublinha no entanto, que com o petróleo a constituir mais de 95 por cento das exportações e cerca de 75 por cento da receita fiscal, as evoluções recentes sublinham a importância de promover a diversificação da economia, preservando a estabilidade macroeconómica e promovendo uma agenda ambiciosa de reforma estrutural.

A organização financeira prevê igualmente um acentuado aumento da dívida pública, para cerca de 57 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), dos quais 14 por cento do PIB corresponde à petrolífera estatal Sonangol, no final de 2015.

Para o Orçamento Geral do Estado de 2016, o FMI recomenda ao Governo angolano um pressuposto de preço de petróleo "bem conservador". "Uma coisa é a missão do FMI vir e projectar um preço de petróleo e fazer simulações, outra coisa é colocar um preço alto no orçamento e se gerar expectativas de gastos, que depois não se cumpram. A nossa recomendação aí é seguir um pouco que foi feito para o OGE de 2015", alertou.

Aquela organização financeira realça que as contas externas "estão a enfraquecer em resultado do declínio acentuado das exportações petrolíferas e do pouco espaço para a substituição de importações no curto prazo".

"As perspectivas são de recuperação com início em 2017, embora existam riscos de uma recuperação menor que a esperada, incluindo uma maior queda do preço do petróleo", salientou o responsável.

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