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Economia

Standard & Poor's mantém rating positivo à economia e deixa perspectivas de evolução em aberto

A agência de notação financeira Standard & Poor's reviu de Estável para Negativa a perspectiva de evolução do 'rating' de Angola, motivada essencialmente pela deterioração das contas públicas devido à descida do preço do petróleo.

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"Os preços baixos do petróleo levaram a défices orçamentais e externos em Angola em 2014, e prevemos que essa tendência se agrave este ano, moderando ligeiramente em 2016", escrevem os peritos de uma das maiores agências de 'rating' mundiais na avaliação ao país.

A S&P prevê que Angola cresça 3,5 por cento este ano, depois de ter avançado 4,7 por cento no ano passado, e antevê que o crescimento da economia angolana aumente de 3,5 por cento em 2016, para 4 e 5 por cento nos dois anos seguintes.

No relatório, que passou o 'rating' de B+ para B, mantendo-se ainda em campo positivo, os analistas argumentam que "a perspectiva de evolução indica que o 'rating' de longo prazo pode ser diminuído se as posições orçamentais ou de balança comercial continuarem a deteriorar-se durante o próximo ano".

A produção de petróleo, o grande motor da economia de Angola, deverá aumentar ligeiramente nos próximos anos, de 1,88 milhões de barris por dia este ano, para 1,9 milhões em 2018 devido à entrada em produção de novos blocos, o que representa uma subida significativa face aos 1,6 milhões de barris produzidos diariamente no ano passado.

A S&P nota que "o Governo angolano respondeu à queda dos preços do petróleo ajustando as premissas orçamentais das receitas provenientes do petróleo, de 81 para 40 dólares por barril, cortou as despesas de capital, e gradualmente reduziu os subsídios aos combustíveis (algo que já tinha começado a fazer), que custaram 6 mil milhões de dólares em 2014, cerca de 5 por cento do PIB".

No entanto, acrescentam os analistas, "como as receitas relacionadas com o petróleo representam mais de dois terços da receita fiscal, estas medidas não foram suficientes para impedir que o défice orçamental chegasse aos 5,5 por cento do PIB em 2014", e para este ano a previsão aponta para uma deterioração para os 7 por cento do PIB, apesar de anteciparem uma melhoria para menos de 3 por cento até 2017.

Sobre a inflação, alimentada pela depreciação da moeda nacional kwanza e pela redução dos subsídios aos combustíveis, os analistas da S&P antecipam que o valor aumente para os 10 por cento este ano, reduzindo-se gradualmente até 2018 para 8 por cento.

No que diz respeito à evolução do 'rating', os analistas da S&P dizem que a nota pode descer se "as métricas orçamentais e externas não melhorarem conforme as previsões actuais", salientando que "uma deterioração no ambiente político ou institucional pode igualmente resultar numa deterioração" da nota.

Por outro lado, a evolução do país pode melhorar se os analistas "virem um fortalecimento vincado da posição de Angola nas contas com o exterior e nas contas públicas, com medidas políticas adequadas, como uma redução dos controlos de capital e uma redução mais rápida dos subsídios aos combustíveis".

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