A preocupação foi expressa por Georges Chikoti momentos antes de deixar Luanda para Gaberone, Botsuana, onde vai participar no Conselho de Ministros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), a realizar-se hoje e sábado.
O chefe da diplomacia angolana reagia à decisão tomada pelo Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, quarta-feira, de demitir o Governo chefiado por Domingos Pereira Simões.
Georges Chikoti frisou que "não é bom" para a Guiné-Bissau se o cenário que avançou venha a acontecer, lembrando que o país já tem recebido apoio da comunidade internacional, o que tem garantido a confiança dos guineenses para a reconstrução.
"Ninguém vai fazer as coisas pelos guineenses se eles mesmos não respeitarem os conselhos que lhes são dados por Angola, pelo próprio secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pelos mediadores e por outras entidades envolvidas", disse Georges Chikoti, citado pela agência noticiosa Angop.
O governante considerou "preocupante" a situação, tendo em conta o facto de a Guiné-Bissau ter chegado aonde chegou, depois da realização das suas eleições gerais.
O anúncio da demissão foi feito por um decreto presidencial lido às 23h10 de quarta-feira na Rádio Difusão Nacional da Guiné-Bissau, duas horas e meia depois de o chefe de Estado ter feito um discurso à nação no qual referiu que uma remodelação governamental não chegava para resolver a crise política no país.
O ministro das Relações Exteriores sublinhou que mesmo com o actual momento de crise política que a Guiné-Bissau atravessa, "que parece ser profunda", o Governo angolano continua a trabalhar a nível das Nações Unidas, da União Africana, da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e outras organizações para o país a voltar à normalidade.
Georges Chikoti avançou que uma reunião da CPLP poderá ser convocada para abordar o assunto, reiterando o apoio de Angola.
Por último, o governante apelou aos políticos guineenses para respeitarem o Governo eleito, frisando que é essencial "consolidar as instituições, fazer a reforma do Exército e organizar o próprio Governo para que se volte à normalidade na Guiné-Bissau".