Em causa está a nova ponte sobre o rio Cambamba, na zona de Benfica, que custou 9,7 milhões de dólares, para substituir a anterior travessia, popularmente conhecida como "molhada" pelas constantes cheias e enxurradas naquele curso de água, que regularmente impediam a circulação automóvel lançando o caos na circulação automóvel.
"Gostaria que a partir desta altura passasse a ser conhecida como a 'ponte seca' porque efectivamente não iremos ter mais problemas como no passado", disse à agência Lusa o director-comercial da Tecnovia Angola, Ricardo Marfim Santos.
A obra, inaugurada esta sexta-feira ministro da Construção, Waldemar Pires Alexandre, envolveu cerca de 60 trabalhadores e a construção de uma nova ponte com 11 metros de largura e 200 metros de comprimento. Também o ministro admitiu que a designação popular de "ponte molhada" deixa agora de ser "adequada" àquela travessia, que permite a ligação entre os bairros de Benfica e de Talatona, na capital angolana e que representa um "marco" na mobilidade na periferia de Luanda.
"Fica para trás a ponte que durante longos anos exerceu a função de transpor esse obstáculo, que é o rio Cambamba. Hoje temos uma obra que é de certa forma emblemática", afirmou o governante, sublinhando tratar-se de uma travessia com "maior segurança" e "sem os constrangimentos do passado".
"O programa para a construção de equipamentos para os transportes rodoviários, para melhorarmos a mobilidade rodoviária, vão prosseguir no âmbito dos investimentos públicos do Ministério da Construção", disse ainda o ministro Waldemar Pires Alexandre, sobre os projetos do Governo para Luanda.
A construção desta ponte arrancou em Outubro e deveria ter sido concluída em Maio, o que não aconteceu devido à necessidade, que não prevista inicialmente, de abrir a mesma à circulação na fase final dos trabalhos, conforme explicou à Lusa o director-comercial da Tecnovia Angola. "A obra não teve uma complexidade muito elevada, é uma ponte, algo que estamos habituados a fazer. O maior desafio foi construir a ponte neste local e com este mediatismo à volta, conjugando com o trânsito, que nunca deixou de passar", enfatizou Ricardo Marfim Santos.
A Tecnovia Angola conta com uma carteira de obras avaliada em 400 milhões de dólares, essencialmente empreitadas públicas, e emprega 1300 trabalhadores, dos quais cerca de uma centena portugueses.
Numa altura de crise económica em Angola, com o Estado a cortar no investimento devido à quebra na cotação do barril de crude e por isso nas receitas fiscais com a exportação de petróleo, Ricardo Marfim Santos confirma que a Tecnovia está "a sofrer um pouco, como todas as empresas, este período conturbado". "São dificuldades inerentes à situação nacional, mas com a esperança de que as coisas mudem em breve e sempre disponíveis para novos projectos", disse o responsável, admitindo a necessidade de a Tecnovia "gerir a carteira em função das disponibilidades financeiras", tendo em conta os prazos mais dilatados dos pagamentos.