Desde o final de 2014, de acordo com os mesmos dados do banco central, os empréstimos já caíram 6,3 por cento, tendo iniciado o primeiro semestre deste ano em mais de quatro biliões de kwanzas.
De acordo com o relatório sobre o panorama monetário e financeiro do país, ao qual a Lusa teve hoje acesso, os empréstimos à administração central angolana diminuíram em Junho, face ao mês anterior, mais de 48 por cento, para 142.523 milhões de kwanzas.
Somam-se mais de 75,4 mil milhões de kwanzas de empréstimos concedidos a empresas do sector público, montante praticamente inalterado face ao mês anterior.
O sector privado absorvia, no mesmo período, o grosso dos empréstimos concedidos, totalizando 2,9 biliões de kwanzas, um crescimento, no primeiro semestre de 2015, superior a cinco por cento.
Angola enfrenta uma crise financeira devido à forte quebra da cotação do barril de crude no mercado internacional, o que obrigou à revisão, em Março, do Orçamento Geral do Estado para 2015, com o corte de um terço das despesas.
O Governo estima que o peso das receitas fiscais com a exportação de petróleo a reduzir-se dos 70 por cento de 2014 para cerca de 36,5 por cento este ano.
A situação está a provocar igualmente uma crise cambial, com o acesso a moeda estrangeira (dólares norte-americanos) dificultada, precisamente face à redução de divisas no país.