Em declarações à agência Lusa, à margem da conferência nacional sobre Alterações Climáticas, o chefe de departamento de Seca e Desertificação do Ministério do Ambiente de Angola, Luís Constantino, disse o problema tem afectado sobretudo as regiões do planalto central, centro sul do país e algumas áreas do norte.
"A desflorestação é um problema muito sério, porque deixa solos despidos, faz interferência no ciclo de carbono e ciclo hidrológico", frisou o responsável, salientando que várias medidas têm sido tomadas para alterar o quadro.
Segundo Luís Constantino, a educação e sensibilização das pessoas tem sido a maior acção, mas um dos grandes desafios "é que as pessoas não estão sensíveis a esses problemas".
"Temos que fazer um esforço maior de sensibilização. Algumas (pessoas) fazem conscientemente, mas também há muitas pessoas que praticam essas acções por falta de conhecimento", sublinhou.
A província do Zaire é uma das províncias do norte de Angola que sofre o abate indiscriminado de árvores.
A preocupação foi avançada pelo chefe de departamento do ambiente e recursos naturais da direcção provincial do Zaire do Ordenamento do Território, Urbanismo e Ambiente, Manuel Salvador.
O responsável, citado hoje pela Angop, disse que o corte desordenado de árvores está a tomar proporções alarmantes, situação agudizada com a falta de meios técnicos e humanos para a fiscalização das zonas afectadas.
As campanhas de sensibilização têm sido o recurso para se mudar o quadro. "Temos sensibilizado os produtores de carvão, camponeses e sociedade em geral para a tomada de consciência sobre a necessidade da conservação da flora e da fauna", disse Manuel Salvador.
A Protecção das Florestas é uma das estratégias governamentais na componente sobre as alterações climáticas em Angola.
Em Angola, o abate indiscriminado de árvores visa essencialmente a produção de carvão para comercialização e para uso próprio das populações, em alternativa à falta de electricidade e gás de cozinha no interior do país.