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PR “arrependido” com aprovação tardia da divisão político-administrativa admite que “antes tarde que nunca”

O Presidente da República, João Lourenço, considerou que a nova divisão político-administrativa – que criou três novas províncias, nomeadamente Cuando, Moxico Leste e Icolo e Bengo – foi aprovada tardiamente. No âmbito da visita que realizou esta Terça-feira à província do Cuando, o chefe de Estado mostrou-se “arrependido” com a aprovação tardia, pois se tivesse sido feita mais cedo, o grau de desenvolvimento estaria mais avançado, contudo, reconheceu que mais vale “tarde do que nunca”.

: CIPRA
CIPRA  

Na ocasião, referiu que se a divisão tivesse sido implementada há cinco ou dez anos, actualmente a província do Cuando já teria alguns problemas solucionados.

"Nesta altura, já teríamos a estrada que liga o Cuito Cuanavale a Mavinga a funcionar perfeitamente, bem como a estrada Mavinga/Dirico e outras vias que interligam localidades que antes eram comunas e que hoje foram elevadas à categoria de município", referiu, exemplificando que também teriam mais escolas, mais hospitais, entre outros, além de um aeroporto e outras infra-estruturas essenciais, como por exemplo redes de água e electricidade.

"Podem ter a certeza de que, com esse nível de desenvolvimento, também teríamos muito mais população nesta região", referiu, citado pela Angop.

Apesar de os cidadãos ainda sentirem as consequências do atraso, o Presidente admitiu que mais vale tomar essa decisão tarde do que nunca e referiu que o objectivo passa por trabalhar para mudar o actual panorama.

"Antes tarde do que nunca. Tomámos esta decisão tarde, é verdade, mas tomámo-la. Agora, o nosso objectivo é executar os projectos concebidos para o desenvolvimento da província do Cuando numa velocidade, se possível, acima do normal", afirmou.

"Vamos procurar correr, sem tropeçar. Obviamente, ninguém quer cair. Mas vamos procurar correr, vamos executar os projectos com uma velocidade acima do que é habitual", acrescentou.

Na ocasião, João Lourenço também revelou que o Governo irá apostar no desenvolvimento do turismo ecológico no Cuando, como uma fonte de receitas para o progresso económico e social da região, escreve a Angop.

"Gostaríamos de particularizar um ramo da economia e ver esta cidade de Mavinga como capital nacional do turismo ecológico", referiu.

Acrescentou que alguns países vizinhos têm conseguido desenvolver de forma bem-sucedida os seus parques naturais, representando fontes de receitas e divisas, tratando-se de um exemplo que Angola quer imitar.

Citado pela Angop, fez saber que vão lançar concursos públicos para a concessão da gestão dos parques de Mavinga e de Luengue-Luiana.

Assim, o propósito passa pelo desenvolvimento do domínio turístico no sentido de criar receitas que podem ser utilizadas em escolas, hospitais, entre outros, bem como alavancar a empregabilidade.

Na ocasião, também recordou o seu recente encontro com o Príncipe Harry, que está envolvido com o desenvolvimento de parques e reservas naturais. "É com estas personalidades que vamos desenvolver os nossos parques, pois eles têm a rede de clientes que podem vir ao país. Podemos organizar os parques, mas quem vai trazer os clientes que pagam bem para ver um elefante, um rinoceronte, uma zebra, são essas organizações internacionais e temos de trabalhar com elas", acrescentou.

Entre outros aspectos, também fez um apelo à preservação ambiental: "Não matem os animais selvagens. Não matem os elefantes, as girafas, os hipopótamos, os rinocerontes. Se vocês fizerem a vossa parte, eu cumpro a minha: construo as infra-estruturas. Se não cumprirem, o Estado também não vai investir".

Nesta sua primeira visita oficial à nova província do Cuando, o chefe de Estado reuniu com o governo provincial para fazer uma radiografia ao actual estado do Cuando.

No encontro, orientado pelo Presidente e que teve lugar na cidade de Mavinga, o governador provincial, Lúcio Amaral, fez um apanhado da situação actual da província, tendo apontado desafios e metas em sectores-chave como educação, saúde, agricultura, energia, entre outros.

Por exemplo, segundo a Angop, no sector da edução, o governador provincial fez saber que o Cuando tem neste momento 933 docentes e 353 salas de aula, havendo necessidade de alargar a rede escolar para dar resposta às mais de 10.000 crianças que não estão no sistema de ensino. Enquanto no sector da saúde, destacou a urgência da construção de um hospital de campanha, visando preencher as deficiências nos serviços de saúde e impedir a deslocação de pacientes em estado grave para localidades afastadas.

Além da reunião, o programa da sua visita previa ainda uma auscultação com figuras da sociedade local.

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