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Líder da UNITA critica subida dos combustíveis e diz que medida “está mal pensada”

O presidente da UNITA criticou esta Segunda-feira a retirada dos subsídios aos combustíveis, considerando que o Governo “não preparou esta medida” e que o seu impacto está a ser “punitivo” para os cidadãos, anulando os ganhos obtidos com aumentos salariais.

: Correio da Kianda
Correio da Kianda  

"O cidadão está a ser múltipla e injustamente punido" afirmou Adalberto Costa Júnior à margem da terceira edição das Conversas Economia 100 Makas, em Luanda, salientando que os aumentos dos combustíveis, da cesta básica, dos transportes, o aumento de outras coisas, retirou os ganhos dos aumentos salariais.

"Nós criticamos o 'timing', nós criticamos a forma, nós criticamos a impreparação destas medidas", insistiu.

Na semana passada, o preço do gasóleo em Angola passou de 300 kwanzas para 400 kwanzas por litro, representando um aumento de 33 por cento, medida que foi seguida pelo aumento das tarifas dos transportes de passageiros, justificada pelo regulador como forma de garantir o equilíbrio operacional das empresas e manter a continuidade dos serviços.

Segundo Adalberto Costa Júnior, a decisão do Executivo foi tomada sem auscultação da sociedade civil e sem um plano estratégico: "Aquilo que me parece é que estas coisas alguém decide num timing que não envolveu o país e as forças vivas e os parceiros sociais, e, portanto, tem este contexto de crítica generalizada, mesmo daqueles que estão de acordo."

O líder do maior partido da oposição questionou também a ideia de que as verbas poupadas com os subsídios revertem directamente para os sectores sociais, já que "não significa exclusivamente que aquela poupança vá exclusivamente para educação e saúde.

"Nós dizemos que, acima de tudo, estes são factores prioritários, mas ela deve ir para incentivar o sector produtivo", acrescentou.

No debate, Adalberto Costa Júnior defendeu a necessidade de "coragem para as reformas", ligando a recuperação económica à transformação institucional.

"As reformas são, seguramente, a reforma da administração pública, é a reforma do Estado partidário, é a realização das autarquias locais, é a capacidade de fazer a reforma do poder judicial, tudo isto se complementa para termos um ambiente de liberdade", afirmou.

O moderador do encontro, o economista e jornalista Carlos Rosado de Carvalho, destacou a importância do momento para o debate público e criticou a ausência do líder da oposição nos órgãos de comunicação do Estado.

"Eu estive ao lado dele, não tem sarna", ironizou, defendendo que a comunicação social pública deveria seguir o exemplo e abrir espaço à pluralidade.

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