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PIB cresceu na última década, mas poupança e investimento caíram

O Produto Interno Bruto (PIB) recuperou nos últimos anos, mas os níveis de poupança interna e investimento registaram uma queda acentuada, atingindo em 2024 os valores mais baixos da década, revelam as estatísticas.

: José Adalberto /DW
José Adalberto /DW  

Segundo as Contas Nacionais 2015–2024, divulgadas na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a poupança bruta caiu para 15,77 por cento do PIB em 2024, o valor mais baixo da última década, depois de um pico de 30,68 por cento em 2018, enquanto a taxa de investimento recuou para 10,39 por cento, menos de metade do valor registado em 2015.

A economia angolana apresentou sinais de recuperação após anos de recessão, com o PIB a preços correntes a crescer de cerca de 15,8 biliões de kwanzas em 2015 para 101,9 biliões de kwanzas em 2024, um crescimento médio anual de 23 por cento.

No entanto, este crescimento não tem em conta o nível de inflação acumulada neste período.

Entre 2015 e 2024, o PIB registou oscilações significativas. Depois de uma queda acentuada em 2020, de 4,04 por cento, observou-se uma recuperação a partir de 2021, de 2,10 por cento, com tendência de crescimento, atingindo 4,42 por cento em 2024, o valor mais elevado do período analisado.

A tendência descendente da poupança bruta, que representou mais de 30 por cento do PIB em 2018, foi seguida pela poupança em percentagem da renda disponível, que caiu para 16,91 por cento em 2024, quase metade do valor registado seis anos antes.

O relatório do INE mostra ainda que o peso dos salários na economia diminuiu substancialmente, passando de 26,48 por cento do PIB em 2015 para 19,46 por cento em 2024, enquanto os lucros empresariais e rendimentos de trabalhadores independentes (Excedente Operacional Bruto e Rendimentos Mistos) aumentaram de 71,30 por cento para 77,82 por cento.

O investimento também sofreu uma retracção estrutural, passando de 28,66 por cento do PIB em 2015 para 10,39 por cento em 2024.

Em contrapartida, no que diz respeito à necessidade/capacidade de financiamento, o indicador mostrou necessidade de financiamento entre 2015 e 2017, mas, a partir de 2018, passou a haver capacidade líquida de financiamento, alcançando 5,40 por cento em 2024.

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