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Ramos-Horta: Timor-Leste tem muito a aprender com Angola no sector energético

O chefe de Estado timorense, José Ramos-Horta, afirmou que o Timor-Leste tem muito a aprender com Angola no sector energético, onde o país é “novo”, mas destacou o “sucesso” das actividades de exploração petrolífera e de gás no mar de Timor e no ‘onshore’.

: CIPRA
CIPRA  

José Ramos-Horta respondia aos jornalistas no Palácio Presidencial, na Cidade Alta, após um encontro com o seu homólogo angolano, João Lourenço, e a assinatura de três instrumentos jurídicos para reforçar a cooperação entre os dois países.

Sobre a cooperação entre os dois países no sector do petróleo, o Presidente da República, João Lourenço, sublinhou que este é um dos domínios em que se pretende reforçar a cooperação, tendo em conta que Timor-Leste tem "boas perspectivas" de ser um grande produtor de petróleo e gás.

"Mas não vamos ficar por aí", acrescentou, frisando que a ambição de Angola é também cooperar noutros domínios, como o turismo, comércio, mas também a agricultura.

Falando sobre a perspectiva de adesão próxima de Timor-Leste à Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) João Lourenço deixou entrever a possibilidade de os países PALOP fazerem um acordo de livre comércio com esta "grande organização que abarca países com economias muito fortes".

Segundo Ramos-Horta, Timor-Leste está prestes a concluir as negociações com a Austrália e empresas energéticas para o desenvolvimento do campo de gás Greater Sunrise.

"Há a perspectiva de muito proximamente, nas próximas semanas ou meses, finalizarmos as longas negociações com Austrália e empresas petrolíferas e de gás com interesses no mar de Timor para o desenvolvimento do campo de gás de Greater Sunrise que está parado há quase duas décadas. Tudo indica que há possibilidade de acordo", anunciou o Presidente timorense, esta Segunda-feira, no primeiro dia da sua visita oficial a Angola.

Localizado a 150 quilómetros de Timor-Leste e a 450 quilómetros de Darwin, o projecto Greater Sunrise tem estado envolto num impasse, com Díli a defender a construção de um gasoduto para o sul do país e a Woodside, segunda maior parceira do consórcio, a inclinar-se para uma ligação à unidade já existente em Darwin.

O consórcio é constituído pela timorense Timor Gap (56,56 por cento), a operadora Woodside Energy (33,44 por cento) e a Osaca Gás Australia (10 por cento).

O acordo de fronteira marítima permanente entre Timor-Leste e a Austrália determina que o Greater Sunrise, um recurso partilhado, terá de ser dividido, com 70 por cento das receitas para Timor-Leste no caso de um gasoduto para o país, ou 80 por cento se o processamento for em Darwin.

Ramos-Horta salientou que "infelizmente", Timor continua demasiado dependente de recursos não renováveis dos quais "não se vai desfazer" e vai continuar a explorar petróleo, embora mantenha os compromissos da transição energética.

Considerou, por outro lado, que Timor mantém relações "excepcionais e exemplares" não só com Angola, mas com todos os Estados da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), mas "gostaria de passar dos abraços e declarações de amizade para uma dimensão mais prática que é a cooperação comercial e económica".

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