Ver Angola

Ambiente

Agrónomo defende investimentos em escolas agrárias

O agrónomo angolano Armando Valente disse na Sexta-feira que o país não tem uma escola de operadores de máquinas agrárias e para ultrapassar o défice recorre a técnicos estrangeiros, defendendo mais investimentos nesta área.

: Lusa
Lusa  

Armando Valente, que é membro do Conselho Económico e Social (CES), falou à imprensa à margem da segunda reunião da estrutura criada pelo Presidente para participação na elaboração de programas e execução de tarefas de desenvolvimento nacional nas áreas económica, empresarial e social.

O conselheiro, pertencente ao grupo de análise social, referiu que uma das propostas a apresentar ao chefe do executivo tem a ver com a realização de um amplo debate "para definir claramente qual o modelo de agricultura que Angola precisa".

De acordo com o engenheiro, seria "um trabalho colectivo, com muitas sensibilidades" e que não sejam as habituais consultas públicas, mas sim a participação de todos na definição do modelo para que se encontre uma forma de fazer agricultura no país.

"O nosso país nesse momento não tem uma escola de tractoristas, de operadores de máquinas agrárias, se quiser fazer agora um negócio, criar uma fazenda, vai ser difícil encontrar um bom mecânico para o tractor, vai ser difícil encontrar um bom tractorista, a resposta tem sido estrangeiros", referiu Armando Valente.

A título de exemplo, o engenheiro frisou que o Governo tem em curso o programa de incentivo à produção de grãos, o Planagrão, que "exige máquinas debulhadoras grandes, exige máquinas para semear, mas o país não tem técnicos angolanos em suficiente quantidade que respondam à gestão e à manutenção dessas máquinas, que podem ser compradas e algumas já estão em Angola".

"Isto estaria dentro de um debate geral do modelo de agricultura que nós precisamos, mas nós os formadores gostaríamos que haja mais investimentos nas escolas agrárias quer seja superior ou médias, sejam melhor apetrechadas", disse.

Segundo o conselheiro, as escolas agrárias, sobretudo as superiores, "estão mal servidas em equipamentos".

"As escolas não têm suficiente apetrechamento de laboratório nem de zonas de práticas para ensinarmos os alunos melhor", realçou, enquanto as de nível médio têm o problema a ser resolvido com um empréstimo da agência francesa.

"O que está a existir é que algumas empresas trazem estrangeiros ou outras formam os seus, mas que depois de serem formados vão embora e montam os seus negócios, então as empresas estão sempre a formar e as pessoas fogem", acrescentou.

Relacionado

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.