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CES elabora propostas para mitigar problemas que afectam população

O Conselho Económico e Social (CES) vai entregar ao Presidente um conjunto de propostas para diminuir problemas que hoje vivem os sectores e se reflectem na população “de forma muito directa e muito concreta”.

: Ampe Rogério/Lusa
Ampe Rogério/Lusa  

A informação foi avançada pelo coordenador do CES, José Otávio Van-Dúnem, no final da segunda plenária, que analisou temas económicos, empresariais e sociais, destacando-se a remoção da subvenção dos combustíveis em Angola, implantação, efeito e impacto no curto e longo prazo.

"Um tema de agenda, um tema que está na pauta actual e por isso mesmo nós trabalhamos no sentido de apresentar propostas sobretudo para mitigar o impacto social do tema em si", sublinhou José Otávio Van-Dúnem.

Ainda na área económica foi discutida a dinamização da produção agro-pecuária, a facilitação do comércio, olhando para as suas "forças e fraquezas", que resultaram em "propostas muito concretas" para levar ao titular do poder executivo.

"Na área empresarial, apresentamos o tema ligado à estratégia nacional para o fomento da indústria transformadora e visão estratégica sobre o desenvolvimento da agricultura empresarial e familiar em Angola, infra-estruturas, regadio no combate à incerteza climática", disse o coordenador.

José Otávio Van-Dúnem salientou que na área social, os conselheiros apresentaram o tema da fome e da pobreza, com foco para "políticas concretas de emergência para esse tema que tanto assola" o país e a população.

Relativamente a este tema, Sérgio Calundungo, membro do conselho, disse à imprensa que a análise teve como base os dados oficiais, os quais indicam que em cada 10 crianças com menos de 5 anos, quatro sofrem de má nutrição aguda, com "um certo agravamento da situação" no actual contexto.

Sérgio Calundungo frisou que existem ideias muito concretas de algumas acções que podem ser desencadeadas, nomeadamente o relançamento de "uma agenda muito forte em relação ao combate à pobreza, uma preocupação de muitos angolanos", com uma reflexão sobre o que falhou em iniciativas anteriores.

O tema transversal da agricultura esteve presente nas três áreas que compõem o conselho – económica, empresarial e social – com propostas "exactamente a partir do olhar de cada uma dessas áreas", que serão reunidas em apenas um documento, destacou o coordenador do CES.

O conselheiro Wanderley Ribeiro sublinhou que os indicadores sobre a agricultura em Angola ainda estão muito longe do ideal para considerar a sua participação na diversificação económica, sobretudo no que diz respeito à capacitação.

"Temos um défice de capacitação de conhecimento muito grande (...) o país tem um défice muito grande de investigadores no domínio da investigação científica agrária e a própria mão-de-obra que está disponível também carece de algum reforço", salientou.

Wanderley Ribeiro disse que foi reflectido o papel que a agricultura tem para o desenvolvimento rural, para permitir uma análise mais profunda sobre o êxodo rural, e "não há um apetite dos jovens em fazer agricultura" devido à ausência de rentabilidade.

"A nossa proposta é uma aposta forte no conhecimento, no homem, no primeiro momento alinhado com aquilo que temos ouvido do executivo na sua estratégia 2050, mas é preciso fazer com alguma celeridade, porque Angola é urgente e a prioridade está onde está o recurso e não onde está o discurso", disse.

O conselho discutiu também o parecer sobre a Agenda 2050 do Governo, com a contribuição das três áreas que o compõem, para entregar ao Presidente da República.

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