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MPLA apela ao voto para vitória “honrar a memória de José Eduardo dos Santos”

O candidato do MPLA às eleições gerais de 24 de agostou apelou este Sábado os angolanos a votarem no partido para vencer o acto eleitoral, “a melhor forma de honrar a memória do presidente José Eduardo dos Santos”.

: Ampe Rogério/Lusa
Ampe Rogério/Lusa  

João Lourenço, líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) começou este Sábado o seu discurso de lançamento da campanha eleitoral, em Camama, província de Luanda, enaltecendo os feitos do antigo presidente do partido, que morreu no dia 8 de Julho, em Barcelona, Espanha.

Segundo João Lourenço, o lançamento da campanha ocorre num momento em que os militantes do MPLA e de forma geral os angolanos "ainda sentem a dor do desaparecimento físico do camarada presidente José Eduardo dos Santos".

"Nosso presidente emérito, um grande filho de Angola, que dedicou toda a sua juventude e muitos anos de governação em momentos muito difíceis que o nosso país atravessou, mas soube dirigir o país com sabedoria e, sobretudo, acabar com a guerra que ameaçava destruir o nosso país", referiu.

O líder do MPLA, que concorre a um segundo mandato, salientou ainda que a José Eduardo dos Santos os angolanos devem "a paz e a reconciliação" que o país vive já há 20 anos "e que é um bem precioso" para o desenvolvimento do país.

"Aproveito esta oportunidade para salientar o civismo e o respeito demonstrado pelos angolanos de uma forma geral e por todos aqueles estrangeiros que se quiseram juntar à nossa dor, durante os cerca de sete dias que decorreram as homenagens ao presidente José Eduardo dos Santos", frisou.

"Mas a vida continua, a maior alegria dele será ver o seu MPLA ganhar estas quintas eleições gerais em Angola. Esta é a melhor forma que temos de honrar a memória do presidente José Eduardo dos Santos", acrescentou.

José Eduardo dos Santos, que governou Angola de 1979 a 2017, morreu, no dia 8 de Julho, com 79 anos, em Barcelona, Espanha, onde passou a maior parte do tempo nos últimos cinco anos.

Duas fações da família dos Santos disputam, na Vara de Família do Tribunal Civil da Catalunha, quem ficará com a guarda do corpo de José Eduardo dos Santos.

De um lado, está Tchizé dos Santos e os irmãos mais velhos, que se opõem à entrega dos restos mortais à ex-primeira dama e são contra a realização de um funeral de Estado antes das eleições para evitar aproveitamentos políticos.

Do outro, está a viúva Ana Paula dos Santos e os seus três filhos em comum com José Eduardo dos Santos, que reivindicam também o corpo e querem que este seja enterrado em Angola nos próximos tempos.

Esta pretensão é apoiada pelo Governo que anunciou a intenção de fazer um funeral de Estado, mas teve de se contentar com sete dias de luto nacional e um velório sem corpo, enquanto a disputa prossegue nas instâncias judiciais, a quatro dias do início da campanha para as eleições gerais, tornando-se num facto político que está a marcar a corrida eleitoral.

Em entrevista na semana passada a meios de comunicação social angolanos, o ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, que lidera a delegação que representa o Estado, general Francisco Furtado, mostrou-se confiante num desfecho favorável, salientando que os cidadãos angolanos e a comunidade internacional querem ver "o problema resolvido".

"Toda a Nação angolana quer a presença do seu antigo líder no país para lhe render a merecida homenagem", disse Francisco Furtado, sublinhando que se as autoridades espanholas tiverem em conta as razões que levaram o ex-Presidente a Barcelona "não haverá outro desfecho que não seja o regresso do corpo para Luanda".

A campanha eleitoral para as quintas eleições gerais angolanas, que se realizam a 24 de Agosto, começou este Sábado oficialmente.

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