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Política Morte de José Eduardo dos Santos

Morte de JES: autópsia aponta para morte natural mas juiz pede mais provas

As autoridades judiciais espanholas decidiram pedir mais provas forenses sobre a morte de José Eduardo dos Santos, falecido a 8 de Julho, embora os primeiros resultados da autópsia apontem para causas naturais.

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Segundo informou o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha, o Tribunal de Instrução de Barcelona decidiu que o Instituto de Medicina Legal vai manter a custódia do corpo, o que irá atrasar a sua entrega à família e funeral do ex-presidente.

A justiça espanhola decidiu que, na sequência da denúncia apresentada por Tchizé dos Santos, filha do ex-presidente, sobre suspeitas de que pode ter havido uma conspiração para por termo à sua vida, o corpo não poderá ser entregue à família até que sejam feitos exames forenses adicionais.

Além isso é necessário identificar "o(s) membro(s) da família" a quem o corpo deve ser entregue.

As sociedades de advogados que aconselham Tchizé dos Santos, denunciam a "pressão" que Angola está a exercer para que o corpo do ex-Presidente seja entregue e realizar um funeral de Estado, o que vai contra os desejos de José Eduardo dos Santos segundo tem referido a sua filha.

Segundo um documento emitidos pelos advogados, citado pela EFE, o actual governo de Angola declarou "guerra" ao círculo de Dos Santos e à sua família que, desde então, tem sofrido "uma forte pressão política", que levou a que o ex-presidente tenha decidido exilar-se voluntariamente em Espanha.

Tchizé dos Santos tem afirmado ser desejo do seu pai ter um funeral privado e ser enterrado em Espanha, recusando um funeral de Estado em Angola "que possa favorecer o actual governo".

Os resultados preliminares da autópsia apontam para uma "morte natural" devido a problemas "de insuficiência cardíaca" e "infecção pulmonar", segundo uma fonte próxima do processo citada pela AFP.

José Eduardo dos Santos morreu a 8 de Julho, aos 79 anos, numa clínica em Barcelona, Espanha, após semanas de internamento e o Governo decretou sete dias de luto nacional.

Eduardo dos Santos sucedeu a Agostinho Neto como Presidente de Angola, em 1979, e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, pontuada por acusações de corrupção e nepotismo.

Em 2017, renunciou a recandidatar-se e o actual Presidente, João Lourenço, sucedeu-lhe no cargo, tendo sido eleito também pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no Governo desde que o país se tornou independente de Portugal em 1975.

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