"A S&P Global Ratings anuncia hoje [Terça-feira] que retirou o rating de CCC+ relativo à robustez financeira de longo prazo da seguradora ENSA, a pedido da companhia", lê-se numa nota enviada à Lusa.
"Na altura da retirada do rating, a Perspectiva de Evolução era estável", acrescenta-se ainda na curta nota que dá conta da retirada da atribuição do rating à seguradora estatal angolana.
O pedido da ENSA surge cerca de duas semanas depois de ter sido conhecido o fim do processo de privatização de 51 por cento da companhia, que deverá agora ter esta parte do capital dispersa em bolsa.
Segundo um comunicado do IGAPE, noticiado pela Lusa a 23 de Junho, o procedimento de privatização que contemplava a alienação de 51 por cento do capital social da ENSA através de concurso limitado por prévia qualificação, dirigido a investidores nacionais e estrangeiros, aberto a 10 de Junho de 2021, chegou ao fim, sem que a seguradora tivesse recebido propostas que reflectissem o seu real valor.
"O processo atraiu o interesse de vários investidores de referência, quer angolanos, quer além-fronteiras, porém, o contexto económico e financeiro conturbado pelo impacto da pandemia de covid-19 impediu o alcance dos objectivos pretendidos", adiantou então o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE).
Foi decidido, por isso, promover um novo processo de privatização da seguradora para "maximizar o seu valor e reforçar a sua estratégia de crescimento, enquanto empresa de referência para a dinamização do mercado de capitais angolano".
Perspectiva-se a alienação de um bloco de acções, preferencialmente por via de um procedimento em bolsa de valores, cujo processo permita abarcar parceiros da indústria, e pequenos subscritores, nomeadamente colaboradores.
"As alterações do contexto macroeconómico de Angola para um novo ciclo de crescimento animam as perspectivas futuras, associadas à abertura do mercado de acções na Bodiva [bolsa de valores angolana]. Existe a convicção de que estes factores contribuirão sobremaneira para a valorização da ENSA e maximização dos resultados económicos e financeiros da privatização", sublinha o IGAPE no mesmo comunicado.
O processo de privatização, acrescentou ainda o IGAPE, permitiu realizar várias tarefas "que hoje demonstram a oportunidade única de investir numa empresa líder de mercado, num sector de actividade com francas perspectivas de desenvolvimento" e melhorar a performance da seguradora.
A Lusa questionou a ENSA sobre a razão deste pedido de retirada do rating, mas sem resposta até ao momento.