Este é o ponto único da 8.ª reunião plenária extraordinária e decorre de um pedido de João Lourenço, na sua qualidade de Comandante-em-Chefe das Forcadas Armadas Angolanas (FAA), sobre o envio de militares, no âmbito dos protocolos assinados com a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla inglesa).
Segundo a agência de notícias Angop, Angola deverá enviar 20 assessores militares para Moçambique para apoiar as autoridades daquele país no combate ao terrorismo.
A informação foi avançada esta Segunda-feira pelo porta-voz da Assembleia Nacional, Raúl Lima, no final da conferência de líderes parlamentares que agendou a discussão, com carácter de urgência, para Terça-feira.
Nesta operação, Angola deverá participar com dois oficiais no Mecanismo de Cooperação Regional (RMC), oito oficiais no Comando da Força e com dez tripulantes para aeronave de Projecção Aérea Estratégica do tipo IL-76.
O mandato de uma "força conjunta em estado de alerta" da SADC para apoiar Moçambique no combate contra o terrorismo em Cabo Delgado foi aprovado em 23 de Junho, numa cimeira extraordinária da organização em Maputo que debateu a violência armada naquela província do Norte do país.
Segundo o Ministério da Defesa, além de África do Sul e Botsuana, países como Tanzânia e Angola confirmaram que vão enviar as suas forças, mas Moçambique também espera por outros soldados de países-membros daquela organização regional.
Não é publicamente conhecido o número de militares que a organização vai enviar a Moçambique, mas peritos da SADC que estiveram em Cabo Delgado já tinham avançado em Abril que a missão deve ser composta por cerca de três mil soldados.
Em Cabo Delgado, já se encontra um contingente de mil militares e polícias do Ruanda para a luta contra os grupos armados, no quadro de um acordo bilateral entre o Governo moçambicano e as autoridades de Kigali.
Grupos armados aterrorizam a província de Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo Estado Islâmico.
Há mais de 2.800 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, e mais de 800 mil deslocados, de acordo com os dados avançados esta Segunda-feira pelo chefe de Estado.