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Galeria angolana vence prémio na feira de arte em Madrid

A galeria angolana “Jahmek Contemporary Art” venceu o Prémio Opening na feira de arte em Madrid, com as instalações “Hope As A Praxis” de Sandra Poulson e “How to Make a Mud Cake” de Helena Uambembe.

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Este prémio, de acordo com um comunicado remetido ao VerAngola, coloca a galeria em "ex aequo" com a galeria Turca The Pill, como o melhor stand desta secção na feira.

"Hope As A Praxis", segundo a nota, "investiga a utilização e simbologia das cadeiras de plástico conhecidas como 'espera condição' e reflecte sobre as respostas ao objecto partido que é justaposto com outra cadeira partida".

Este projecto foca-se na "prática da esperança contínua como um recurso essencial para a sobrevivência, num contexto sociocultural e histórico em que planear a longo prazo ainda é um desafio central".

Esta instalação é composta por "17 iterações de cadeiras em processo de quebra", indica a nota.

Esta instalação é também um reconhecimento do "sentimento central que liga o presente e o futuro - a esperança - e como esta esperança é praticada ao olhar do indivíduo por uma realidade melhor".

Sandra Poulson, citada na nota, indica que enquanto angolanos, o futuro sempre foi sobre criar onde existe, onde não há o suficiente. "Talvez seja uma reação ao sentimento colectivo de que a infra-estrutura não é forte o suficiente, ou talvez não exista, assim como as cadeiras de plástico são efêmeras em sua forma original, também o são permanentemente em sua forma quebrada. Talvez parte da compreensão de rumos futuros seja aprender juntos a justapor cadeiras quebradas e fazer outra muito mais forte", indicou.

Por sua vez a instalação "How To Make Mud Cake" mostra como a "migração forçada do 32.º Batalhão de Angola para a África do Sul tem um impacto físico e espiritual na luta pela terra".

De acordo com a nota, "a analogia é realizada com a era pós-colonial, as repercussões de uma Angola independente e a ideia de liberdade".

"A atuação de Helena comumente apresenta uma catana como adereço. É uma afirmação que delineia a dualidade do objecto, a domesticidade e o perigo que ele representa. Em lares africanos, é funcional na cozinha, no corte de alimentos ou no lavor. Por outro lado, pode ser violento, a agudeza é perigosa até mesmo fatal, pode ser usada como arma, mas muitas vezes essa utilidade é vulgarizada", indica o comunicado.

A galeria, através do seu programa de exposições, propõe-se a promover o diálogo e o pensamento crítico em volta da expressão artística visual de Luanda.

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