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IURD em Angola critica “narrativa” de ex-pastores e diz que igreja é “maioritariamente angolana”

Bispos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola repudiaram o que classificam como uma “narrativa falsa” de um grupo de dissidentes, salientando que a igreja neste país é “maioritariamente angolana”, incluindo em cargos dirigentes.

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Numa carta aberta, sete bispos angolanos da IURD alegam dar a conhecer "toda a verdade sobre a perseguição impiedosa" que a igreja tem vindo a sofrer, numa alusão ao conflito interno que se vem agudizando desde Novembro do ano passado e que culminou com a rutura de um grupo de dissidentes angolanos com a ala brasileira e a tomada de vários templos.

Os dissidentes, que criaram entretanto uma comissão de reforma, acusam os dirigentes brasileiros de práticas contrárias à religião, como racismo, vasectomias forçadas e desvio de fundos, estando actualmente em curso dois processos-crime contra a IURD.

Na carta enviada às redacções, os sete bispos salientam que a IURD está legalmente instalada no país há 28 anos e sempre integrou angolanos na sua liderança, contando com pastores e bispos de várias nacionalidades em Angola.

"Até há oito meses, a igreja contava com oito bispos angolanos, tendo deles saído apenas um bispo, agora líder da dissidência (rebelião), sendo que, sete mantêm-se incólumes na igreja", destacam.

Na carta acusam o ex-bispo, Valente Bezerra, de ter internamente mobilizado alguns pastores dissidentes e ex-pastores, "alegando discordância com os pastores brasileiros e tantas outras infâmias que servem de argumentos para sustentar a sua tese de rebelião e justificativa para cometimento de actos criminosos como: invasão, furto, agressão, calúnia, burla entre outros".

Os responsáveis da IURD queixam-se também de serem alvo de notícias parciais, por "não se colher previamente o contraditório da liderança da Igreja ou testemunhas isentas", acusando os órgãos públicos de informação angolanos de "prestigiar esta forma de comunicar quando se trata de ferir a instituição IURD".

Afirmam também que "a narrativa falsa" construída pelos ex-pastores é de que lutam contra os bispos e pastores brasileiros e interrogam: "onde é que colocam os Bispos e Pastores Angolanos que se mantêm na igreja? Será que os dissidentes são mais angolanos do que todos nós?"
Criticam ainda o silêncio das autoridades enquanto se assiste "ao esbulho violento do património da Igreja e agressão física de pastores", questionando se os bispos e pastores angolanos e estrangeiros da Igreja Universal do Reino de Deus não são dignos e merecedores da protecção estatal.

O crescendo de tensões já levou ao envolvimento dos governos de ambos os países: Jair Bolsonaro, o presidente brasileiro, escreveu ao seu homólogo angolano, João Lourenço, pedindo protecção para os bispos brasileiros. Por seu turno, o chefe da diplomacia, Téte António, assegurou que a relação com o Brasil é boa e que a justiça está "a tratar esta questão". Entretanto, a ministra de Estado, Carolina Cerqueira, anunciou que vai ser feito um relatório sobre os incidentes, notando que "há indícios de alguns crimes".

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