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Sondagem aponta Polícia Nacional como a instituição mais corrupta do país

Um estudo de opinião realizado pelo Afrobarometer concluiu que a Polícia Nacional é a instituição mais corrupta do país, na perspectiva da população angolana.

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A percepção sobre o envolvimento da Polícia Nacional em actos de corrupção é maior nos inquiridos que têm um nível de escolaridade mais elevado (85 por cento). Já 78 por cento dos residentes da região leste do país - sendo que a maioria mora numa zona urbana - consideram que o envolvimento das autoridades em actos de corrupção é elevado.

O estudo, citado pelo jornal O País, revela ainda que a seguir à Polícia Nacional, o sector público é o segundo instituto mais corrupto de Angola. Os resultados indicam que 67 por cento dos inquiridos considera que os funcionários públicos estão envolvidos em casos de corrupção e 66 por cento admite que membros das administrações municipais estejam envolvidos em actos corruptos.

À semelhança da polícia, os angolanos com mais escolaridade (82 por cento) têm uma maior percepção do envolvimento dos funcionários públicos em casos de corrupção.

De uma forma geral, o envolvimento de sector público é visto pelos angolanos como sendo bastante corrupto, indica o estudo.

Quanto ao acesso a serviços públicos, 42 por cento dos cidadãos revelou ter recorrido a actos de corrupção para conseguir ter acesso a assistência policial ou evitar ter problemas com as autoridades. Os inquiridos admitiram ainda que para conseguirem um documento de identificação (39 por cento) ou obter assistência médica (33 por cento) tiveram de recorrer a actos de corrupção.

Quanto às denúncias, 54 por cento diz não se sentir confortável em denunciar por ter medo de vir a sofrer retaliações.

Quanto ao índice de corrupção, 44 por cento dos inquiridos considerou que, entre 2018 e 2019, a corrupção no país "diminuiu um pouco/diminuiu muito". Já 33 por cento considera que o índice "aumentou um pouco/aumentou muito".

Questionados sobre se o Presidente da República está a usar a luta contra a corrupção como uma ferramenta para afastar possíveis adversários políticos, 39 por cento disse concordar com essa tese e 31 por cento disse discordar totalmente.

O estudo, que se debruçou sobre o tema "Corrupção e Confiança nas Instituições em Angola", foi apresentado na passada Segunda-feira. Um dos investigadores envolvidos no estudo, Carlos Pacatolo, em declarações à mesma publicação, considerou que é preciso mudar comportamentos para que a percepção dos angolanos se inverta.

O especialista admitiu que os resultados são preocupantes, afirmando que "é preciso combater os corruptos, levá-los às barras do tribunal e expulsá-los se se comprovarem os actos de que são acusados".

Face aos resultados, o jornal contactou a Polícia Nacional que afirmou que iria reagir aos resultados assim que tenha acesso ao relatório, tendo garantido estar tranquila.

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