No Plano Estratégico de Intervenção nos Perímetros Florestais, elaborado pelo Ministério da Agricultura e Florestas, refere-se que até 2002, ano em que Angola alcançou a paz depois de várias décadas de conflito armado, os polígonos florestais estiveram "completamente votados ao abandono", levando ao garimpo e exploração anárquica de madeira e a uma forte redução da área plantada de aproximadamente 148.000 hectares, até 1974, para cerca de 60.000 hectares.
Depois da paz, adianta-se no documento, teve início uma nova era na gestão e aproveitamento destes activos, traduzidos na concessão de direitos de exploração através de licenças e contratos de exploração a favor de vários operadores sob responsabilidade dos Ministérios da Indústria, Transportes e Agricultura e Florestas.
"Entretanto, as abordagens até agora adoptadas em matéria de concessão de direitos de exploração não conduziram a resultados satisfatórios em termos de arrecadação de receitas para o Estado", lê-se no plano.
Segundo o documento, este sector não atrai "o interesse na exploração e expansão das áreas dos polígonos florestais", o que pode ser constatado "pelo número de empresas nacionais e estrangeiras contabilizadas em 18 com atividades registadas nas províncias do Huambo e Benguela".
Sobre o actual quadro, o Governo espera que este número venha a conhecer uma alteração a médio prazo, face ao novo ambiente de investimento criado pelo actual quadro político e legal vigente no setor florestal.
"As plantações florestais são uma necessidade urgente e real em Angola, à semelhança de alguns países de África e do mundo, cuja economia depende fortemente das florestas naturais, e que procuram diminuir a excessiva influência do petróleo ou de outras ‘commodities' no seu Produto Interno Bruto, através do desenvolvimento e valorização das plantações florestais", adianta-se no documento.