"Não haverá mais crescimento e mais presença das empresas portuguesas em Angola se não houver financiamento, é o ponto de partida que temos de assumir", disse João Traça em declarações à Lusa nas vésperas da assinatura do Comapcto específico para Moçambique, um instrumento de financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) com garantias do Estado português.
"Estando assegurado o financiamento, é preciso ver se os empresários têm apetite por Angola e pelos restantes países em África, nomeadamente os que falam português", acrescentou, notando que "provavelmente os empresários não têm ainda a informação necessária".
Isto, salientou, "é um processo normal, para cada novo quadro regulamentar que surge no processo de financiamento é preciso evangelizar os empresários, porque ainda hoje há um enorme desconhecimento da chamada 'linhada da COSEC' [de 1,5 mil milhões de euros para investimentos em Angola escolhidos pelo Estado angolano e com garantias do Estado português], que no entanto tem vários anos e mesmo assim há empresários que não conhecem o suficiente sobre o seu potencial".
Para João Traça, a divulgação destas iniciativas tem de ser "um processo constante e permanente, porque muitos empresários não estão habituados a estes processos mais sofisticados de contratação de financiamento para projetos internacionais".
O BAD e Portugal assinam esta semana com Angola o Compacto específico para o país, que se junta a Moçambique e Cabo Verde como os países lusófonos que vão beneficiar deste inovador modelo de financiamento em que o país apresenta o projecto, o BAD financia e supervisiona e Portugal fornece as garantias bancárias para garantir a mitigação do risco.