“A médio prazo não é possível manter a aposta assente apenas nas exportações, progressivamente quem exporta produtos agro-alimentares deve posicionar-se na localização da produção anteriormente exportada, porque as oportunidades de futuro estão lá [em Angola], disse Rui Miguel Santos, que participou no seminário ‘Como Fazer Negócios’ em Angola, no âmbito de um conjunto de sessões sobre os países lusófonos africanos, que decorrem esta semana em Lisboa, organizadas pela Fundação AIP.
Para este dirigente da CESO Development Consultants, se as empresas portuguesas não apostarem na produção local, “as empresas sul-africanas ocuparão a janela de oportunidade que se está a fechar progressivamente”.
A produção local “é um caminho inevitável para as empresas portuguesas, se quiserem manter uma posição e presença forte em Angola, porque ao lado está um país com tradição, tecnologia e capacidade de produção”, acrescentou, referindo-se à África do Sul.
Questionado sobre a aplicação do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), que o executivo prevê que entre em vigor em 2019, Rui Miguel Santos mostrou-se descrente nessa possibilidade, argumentando que o processo é “extraordinariamente complexo”.
O IVA “está ainda nas etapas iniciais, mas o impacto será significativo”, reconheceu o consultor, concluindo: “Não antecipo que a implementação do IVA venha a suceder a curto prazo”.