Numa nota do BFA, a que a Lusa teve acesso, é referido que este endividamento em mercado - títulos da dívida pública em moeda estrangeira (dólares) ou eurobonds - "será seguramente mais transparente" e "provavelmente mais barato do que o endividamento bilateral com várias entidades comerciais que continua a ser uma das bases do financiamento do Estado angolano".
"Não sendo uma mudança de paradigma, [reabertura da emissão de eurobonds] é um sinal de que a confiança dos investidores se mantém, particularmente num ambiente mais complicado para os mercados emergentes", lê-se.
A reabertura, em curso, da emissão de eurobonds de Maio terá de estar concluída a 23 de Julho, rendendo 520 milhões de dólares.
A informação consta de um decreto executivo assinado pelo ministro das Finanças, Archer Mangueira, de 16 de Julho, com as "condições complementares e específicas" a esta reabertura da emissão de títulos da dívida soberana sob a forma de eurobonds, realizada a 2 de Maio e que na altura permitiu colocar, em duas parcelas, 3.000 milhões de dólares.
A reabertura da emissão de eurobonds, a segunda feita por Angola, conforme autorização do Presidente da República, é de 500 milhões de dólares, mas devido à aplicação de um juro inferior ao previsto, o documento do Ministério das Finanças prevê como "receita liquida estimada" desta operação "aproximadamente 520 milhões de dólares".
Segundo a análise do BFA, o preço acordado será "acima do par (a 102,76) adicionado a 75 dias de juros desde a data original da emissão das obrigações" e a emissão corresponderá, desta forma, a "um juro implícito de 9,1 por cento, 27,5 pontos base abaixo do custo acordado nos 1.250 milhões de dólares originais".
Esta reabertura será, assim, acrescentada à linha de emissão (uma das duas parcelas de eurobonds) de 1.250 milhões de dólares, cuja maturidade é 8 de Maio de 2048.