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Gestores defendem maior transparência e fiabilidade para a banca

Gestores de bancos defenderam, esta Segunda-feira, a necessidade cada vez maior de as instituições financeiras do país, cumprirem com as regras internacionais de transparência, e livrar Angola do alto índice de percepção sobre a corrupção.

<a href='http://www.angolaimagebank.com' target='_blank'>Angola Image Bank</a> :

A posição foi marcada esta Segunda-feira no VI Fórum da Banca, promovido pelo jornal Expansão, subordinado ao tema "Compliance em Angola".

No painel dedicado ao tema da conferência, o Presidente do Conselho Executivo do banco BAI e antigo governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, disse que há ainda um esforço de aplicação plena do conjunto de normas e regras que o país deve seguir e de permanente actualização das mesmas.

Segundo José de Lima Massano, o país não pode "descansar" se quiser estar em linha com as recomendações e aquilo que é hoje entendido como "as melhores práticas".

"Nós somos ainda um país aos olhos destas organizações entendido como um país de alto risco, por vários motivos, por exemplo, o tema da corrupção, no índice de percepção da corrupção, da Transparência Internacional, Angola é considerado um país de alto risco. E essas instituições com tudo o que está aí a acontecer olham sempre para a nossa jurisdição com cautelas acrescidas", referiu o gestor.

Acrescentou como imperativo que Angola continue a registar avanços significativos nesta matéria ou terá "condições mais difíceis de exercer a actividade bancária", num contexto em que a economia angolana "se relaciona com o exterior como um elemento quase que ainda de sobrevivência".

Por sua vez, Emídio Pinheiro, presidente do Conselho Executivo do BFA, sublinhou que a imagem de Angola internacionalmente "é má", o que considerou "um problema muito sério, porque é de percepções".

"Isto não se resolve se não atribuirmos prioridade máxima, prioridade total", frisou, acrescentando que a origem dos fundos "é onde os bancos têm que fazer um esforço maior com os seus clientes".

"Porque é aqui que se despista um encobrimento de património, a fuga de impostos e é aqui que está presente a corrupção", destacou.

Já a Administradora Executiva do banco BIC, Graça Santos Pereira, disse que aquela instituição financeira tem feito muitas comunicações sobre operações suspeitas à Unidade de Informação Financeira de Angola e tem contas bloqueadas à ordem da Procuradoria-Geral da República.

"São coisas muito recentes, temos contas que estão já bloqueadas à ordem da Procuradoria e não sei o que lhes vai acontecer, mas se calhar não vai ser bem assim, não acontecer nada, é um processo muito recente", avançou a gestora.

"Isto é um trabalho recente estamos a falar deste ano maioritariamente, mas temos contas bloqueadas à ordem da PGR há mais de seis meses. O desfecho, não sabemos, já tivemos umas bloqueadas e nos mandaram desbloquear", acrescentou.

Na abertura do fórum, pelo ministro das Finanças, Armando Manuel, o governante considerou o encontro muito apropriado para o momento actual que o país vive, que é de fundamental importância que as instituições financeiras nacionais detenham, não apenas o conhecimento básico da legislação nacional e internacional, mas também o domínio das práticas e dos programas de 'compliance', para prevenir e detectar condutas ilegais.

"Enfatizo especialmente a imprescindibilidade das instituições financeiras nacionais deterem conhecimento e domínio da legislação e práticas estrangeiras, para que não sejam as entidades reguladoras de outros países a eventualmente indicar a necessidade de implementar este ou aquele reparo nas operações ou regulamentos envolvendo procedimentos financeiros a partir de Angola ou que tenham esta como destino", disse o ministro.

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