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Exportações portuguesas para Angola devem recuperar ainda em 2015

O presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) perspectiva que as exportações para Angola cresçam na segunda metade do ano, que ainda assim será de regressão, provocada pela crise do petróleo.

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Miguel Frasquilho falava à Lusa à margem da Feira Internacional de Luanda (FILDA), que encerrou este Domingo e na qual Portugal teve a maior representação nacional, com 95 empresas, elevando a confiança na retoma das exportações para aquele o nosso país, após uma quebra de mais de 20 por cento entre Janeiro e Maio.

"Angola tem tudo para voltar a ser, que agora não é, o maior parceiro extracomunitário de Portugal. A segunda metade do ano poderá já ser de recuperação", enfatizou Miguel Frasquilho, que também se reuniu em Luanda com representantes de entidades públicas angolanas, nomeadamente da Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP).

Na maior feira de negócios de Angola, com cerca de 800 expositores de 40 países, e apesar da quebra nas trocas comerciais entre os dois países, devido às consequências da redução para metade das receitas fiscais com a exportação de petróleo, 24 empresas portuguesas estrearam-se na edição de 2015.

"Eu diria que se nós atenuarmos esta quebra [de 20 por cento, até Maio, nas exportações] ao longo da segunda metade do ano já me parece que é um avanço em relação àquilo que temos agora. E depois em 2016 estou confiante que será possível retomar o crescimento a que estamos habituais, angolanos e portugueses", apontou o presidente da AICEP, admitindo que será "difícil" este ano manter os níveis de 2014.

Angola foi o quarto maior mercado de exportação de Portugal em 2014, com vendas de 3,4 milhões de dólares, um crescimento de dois por cento face ao ano anterior. Mais de 9400 empresas portuguesas exportam para Angola, sendo que mais de metade tem no mercado angolano o único destino internacional dos seus produtos.

Durante os quatro anos de ajustamento das contas públicas portuguesas, recordou Frasquilho, as relações comerciais com Angola aumentaram 90 por cento, com Portugal a reforçar a liderança das compras angolanas ao estrangeiro. Por esse motivo, sublinhou, numa altura em que as dificuldades financeiras estão do lado angolano - quebra das receitas petrolíferas levou o Governo a cortar um terço de todas as despesas públicas em 2015 -, era necessário que Portugal estivesse em Luanda para "dizer presente" nesta feira.

"É nestas alturas que, com os países mais amigos e com quem temos laços mais fraternos e históricos, se vê que as relações são genuínas e boas. É exactamente isso que os empresários portugueses fizeram", concluiu o presidente da AICEP, assumindo um balanço "muito positivo" da participação portuguesa na FILDA 2015.

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