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Márcio Daniel: “Agricultura e turismo deverão ser as âncoras da diversificação da economia”

Os sectores do turismo e da agricultura foram indicados pelo ministro do Turismo, Márcio Daniel, como “âncoras” para diversificar a economia angolana e diminuir a dependência do petróleo.

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"Atrevo-me a descartar frontalmente que o futuro da economia de Angola se faça em torno de apenas um único sector da economia. Isto é, à volta do enclave do sector extractivo, com grande destaque para o petróleo, como teimosamente ainda os números fazem questão de nos lembrar", afirmou o ministro, ao discursar no encerramento da conferência Doing Business Angola-Lisboa, decorrida esta Segunda-feira na capital portuguesa.

"A Angola dos próximos 50 anos não poderá continuar a ser apenas a Angola do petróleo e dos diamantes. É neste contexto que a agricultura, o turismo e os serviços apresentam-se como o petróleo verde e azul que deverão ser as âncoras da diversificação da economia", afirmou.

Na sua intervenção, entre outros aspectos, o titular da pasta do turismo reiterou a aposta do Governo em fomentar o turismo.

"O turismo é (...) a nossa grande aposta. No plano político a decisão está tomada: recentemente criado um novo ministério exclusivamente dedicado ao turismo, a sua inserção na equipa económica do Governo, a isenção de vistos para cerca de 100 países (...)", disse, acrescentando que "são medidas que demonstram a clara aposta do Governo no sector do turismo".

"Porém, os números não escondem os quilómetros de estrada que ainda temos por percorrer. Para dar um simples exemplo, Portugal recebe anualmente cerca de 56 milhões de turistas estrangeiros, num único dia o número de turistas que Portugal recebe é superior ao número total de turistas que Angola recebe num ano", apontou.

No seu discurso, Márcio Daniel também deixou um apelo ao investimento no ramo turístico angolano: "Invistam em hotéis, eco-resorts, parques temáticos, serviços turísticos, formação profissional e tecnologia aplicada ao turismo. Sejam pioneiros na transformação de um país com imenso potencial natural e humano".

Nesta que foi a 3.ª edição da conferência também esteve presente o ministro da economia português, Pedro Reis, que na ocasião disse que Portugal "está perfeitamente disponível" para auxiliar no reconhecimento dos projectos prioritários para Angola.

"Há que identificar quais os sectores e projectos que realmente interessam – e Portugal está perfeitamente disponível", disse, mencionando um "foco nas prioridades que Angola identifica para nós identificarmos os players".

Por sua vez, Ricardo Arroja, presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), apontou a necessidade de se aproveitar as oportunidades com Angola.

"Na AICEP somos uma plataforma de acesso para 700 milhões de pessoas e, num mundo que se está a fragmentar, é natural que Portugal e Angola tenham uma oportunidade revigorada para fortalecer as relações", disse, citado num comunicado da AICEP, a que o VerAngola teve acesso.

"Temos de aproveitar as oportunidades com Angola. Estamos a organizar eventos em conjunto com a AIPEX Angola para identificarmos oportunidades no domínio industrial", disse, tendo ainda realçado o "crescimento angolano e a estabilização macroeconómica".

"Portugal está disponível para colaborar com Angola na identificação de projectos prioritários, aproveitando as complementaridades económicas, as ligações históricas e o crescente interesse global em investir em África, com foco no crescimento da produtividade e no desenvolvimento sustentável", lê-se no comunicado, que acrescenta que Angola é actualmente o décimo "maior destino das exportações de bens portugueses (e o 2.º em África), com mais de 1,6 mil milhões de euros exportados em 2023 e um crescimento de 19 por cento face a 2022".

"Mais de 20.000 empresas portuguesas exportam para Angola e mais de 500 têm presença activa no país. Os sectores com maior destaque incluem o agro-alimentar, bebidas, construção, maquinaria, saúde e serviços", completa a nota da AICEP.

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